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quarta-feira, 9 de março de 2016

As Travessuras de Tonhola - Com Que Roupa na Quermesse

Outra festa tradicional na cidade era a festa católica da padroeira da cidade.

A festa durava uma semana e tinha muitas atrações.

Numa dessas atrações eram dispostas várias casinhas de madeira numeradas, nas extremidades de um cercadinho e no meio dele ficava um coelhinho dentro de uma caixa de papelão presa num barbante. Ao lado, num balcão ficavam expostas as várias prendas, doadas pela comunidade para a festa. Os bilhetes eram vendidos a cada rodada e as prendas colocadas em cima das casinhas de madeira. Vendidos os bilhetes, soltavam o coelhinho que se assustava com aquele barulho em volta e corria a se esconder numa das casinhas, ganhava a prenda o sortudo daquela casinha.

Os colegas de Tonhola marcaram de se encontrar na quermesse.

Tonhola implicou com a avó e não queria ir de calça curta. Queria ir de calça, camisa e cinto como todo mundo. Só que sua avó não estava preparada, o menino só tinha uma calça comprida limpa e que ainda estava grande para ele usar, as outras, puídas, de brim, ou estavam muito velhas, ou sujas. Ele tinha que ter avisado antes, aquela calça era de tergal cor cinza, calça para ir à missa, ficava caindo e tinha que dobrar a barra das pernas. Ele bateu o pé, de calças curtas é que não ia. Dona Rica deus seus pulos e ajeitou a roupa do menino. Ele foi de camisa xadrez de manga comprida, colocou um velho cinto do Alfredo, que ela sabia estava num baú antigo. Era um cinto de couro bege, todo furado e cheio de ilhoses que o menino achou uma beleza, certamente ia impressionar as meninas, pensou. Deu quase duas voltas na cintura, mas como era cheio de furos, até que ficou bom e o calçado era o famoso kichute que ele cuidara à tarde, passou até tinta nugguet.

Depois que ele saiu, Dona Rica ficou se rindo sozinha de ver a metideza do neto indo para a quermesse. Já era um rapazinho.

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