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segunda-feira, 30 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Troca de Calções

Naquela mesma represa com uma casinha de madeira no meio Tonhola foi numa outra ocasião passear com alguns amigos.

Lá se enturmaram facilmente com algumas meninas.

Dessa vez, Tonhola, velhaco, não entrou na represa até a casinha. Ficou pela beirada se divertindo.

O calção de banho de Tonhola ficava bem apertado ao corpo. Era de um tecido sintético, azul escuro, parecido com tricô, como se tivesse sido fabricado à mão.

Na volta para casa, no final da tarde, um dos colegas, com o espírito do Joacir, era também daqueles que se divertia muito com um mal feito. Pegou de supetão na sacola de Tonhola o difamado do calção e fez graça mostrando aos demais, colocando-o na cabeça. Tonhola tentou tomá-lo de volta mas acabou por vencido. O calção foi parar nas mãos de uma das meninas mais assanhadinhas que, na frente de todos não penso duas vezes e ali mesmo, na rua, no caminho de volta da represa, vestiu o calção sob sua curta saia jeans.

No outro dia, na escola, os colegas zoaram Tonhola dizendo que ele tinha trocado o calção de banho com uma das meninas.

domingo, 29 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Corrida Noturna

Tonhola era dos mais novos da turma.

O chefe organizou uma corrida com toda a equipe. O trajeto era ir e voltar da sede na praça da matriz até o trevo da entrada da cidade.

Todos foram convocados a participar, a ordem era para ninguém ficar de fora e nada de corpo mole.

Dada a largada, começaram bem, o início era de descida até a ponte que dividia o primeiro bairro do centro da cidade. Alguns dos meninos dispararam na frente. Fazia muito calor naquele início de noite. Depois era uma subida íngreme até a avenida principal que terminava no trevo.

Essa primeira subida judiou com os menos preparados. Tonhola era o último da fila. Já no meio da subida ele chamou um dos organizadores com a mão na barriga reclamando de uma dor forte.

Sacanagem o que fizeram. É claro que os meninos menores não dariam conta daquele trajeto todo, ainda mais em ritmo de marcha acelerada.

As Travessuras de Tonhola - Tiro no Teatro

Aconteceu no anfiteatro do salão paroquial.

Foi a primeira peça de teatro que Tonhola assistiu.

Na peça tinha uma cena com uma espingarda. Buscaram uma e esqueceram de verificar se estava carregada. Estava. Tremenda vacilada.

Na cena em que foi usada, o tiro assustou a todos com o barulho e acertou a perna de um dos atores.

Foi uma correria. A platéia apavorada não entendia direito o ocorrido. Naquela época não tinha ambulância na cidade. Correram com o rapaz num carro para o hospital.

Que vacilada!

sábado, 28 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - A Primeira Televisão da Rua

Alfredo deu de presente para Dona Rica uma televisão marca Telefunken.

Era a primeira televisão da rua. Uma novidade.

No início da noite a meninada se ajuntava na sala de frente para a televisão. Se ajeitavam por ali no chão, porque não tinha cadeiras nem sofá para tanta gente.

Dona Rica deixava terminar a novela das oito e esparramava com todo mundo: - já para suas casas, vamos, vamos que vou desligar a televisão, amanhã tem mais.

A primeira novela que assistiram foi Legião do Esquecidos da saudosa TV Excelsior.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - O Trabalho da Escola

Tonhola era caprichoso com os trabalhos escolares que fazia em casa.

Uma vez um dos professores falou em tom de brincadeira que a capa do seu trabalho estava parecendo uma porta de circo. Ficou chateado. Para aquele professor ele nunca mais fez capas nos trabalhos.

Uma vez ele fez um trabalho sozinho que ficou muito bom. O dever de casa podia ter sido feito em equipe, mas, perfeccionista, ele preferiu fazer sozinho.

Passado o final de semana, no primeiro dia de aula da semana era para o trabalho ser entregue. Antes do início da aula, um colega de sala pediu para assinar o nome também no trabalho, como se os dois tivessem feito juntos.

- De jeito nenhum! Gritou Tonhola ofendido.

- Não vai assinar de modo algum.

Mas o colega não tinha feito trabalho nenhum e insistiu e discutiram e o colega pegou o trabalho na mão de Tonhola que não soltou e puxa daqui e segura dali e um não desiste e o outro não entrega e acabou que o trabalho se partiu ao meio.

Tonhola ficou muito fulo da vida.

- Não converse mais comigo. Foi o que ele disse.

Nunca mais se falaram.

As Travessuras de Tonhola - Bola Fora

Numa das festas de exposição agropecuária que aconteceu no campo de futebol, Tonhola foi com alguns amigos. Ficavam dando voltas pelo parque, em volta do alambrado do campo de futebol. As barracas com o gado ficavam no gramado, protegidas pelo alambrado.

Um dos amigos de Tonhola estava muito a fim de uma garota que também estava no parque. Só que essa garota tinha dois irmãos mais velhos que ficaram sabendo do interesse do menino na irmã e não gostaram nenhum pouco. Mandaram recado para ele não se aproximar dela porque senão a coisa ia ficar preta para o lado dele.

A menina foi vista de longe com mais duas amigas caminhando pelo parque.

Os meninos ficaram apreensivos. Verifiquem se os irmãos dela estão por perto, pediu o apaixonado aos amigos.

Ninguém os viu.

As meninas vinham se aproximando, trocaram olhares e passaram como se não se conhecessem. Elas riram segurando umas nas outras. Os meninos perceberam que o colega tinha razão, a garota também estava interessada. O problema eram os irmãos.

Deram outra volta no parque, com os passos mais apressados para se cruzarem com elas de novo. No caminho, Tonhola se distraiu com alguma coisa no grande movimento de pessoas e não percebeu a aproximação das meninas. Quando elas já estavam bem próximas ele achou que os amigos também não as tinham visto e falou alto: - Olhe lá ela!

Ele falou alto porque o som da festa estava alto, mas foi justo na hora do intervalo das músicas de modo que todos em volta ouviram. As meninas fugiram apressadas. Os amigos ficaram muito bravos com ele. Ainda bem que nenhum dos irmãos estava por perto.

Tremenda bola fora de Tonhola.

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terça-feira, 24 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Conquistas

Tonhola era tímido nos relacionamentos com as meninas da escola. Quando se engraçava de uma estranha, a aproximação era a maior dificuldade.

Quando uma menina mais saidinha se engraçava por ele o avexamento o fazia se afastar com medo do perigo.

Por isso começou a ser alvo de mais um tipo de zoação dos colegas. Deixa de ser mole, a menina tá de dando a maior bola, vai lá, não perde tempo, não vê que ela está a fim, chame-a pra sair, se fosse comigo já tinha enchido ela de beijos, leve-a ao cinema, vá tomar um sorvete. A pressão dos amigos o deixava mais assustado ainda. Aí é que ele não ia mesmo.

Agora... quando uma dessas meninas chegava de mansinho, com carinho... aí era outra história.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Os Cinco Antônios

A professora de desenho amanheceu arretada naquele dia.

Alguns alunos estavam inquietos aprontando durante toda a aula e ela, pacientemente, tolerando a molecagem.

Só que paciência tem limites.

Faltando poucos minutos para o término da deliciosa aula de desenho, ela não se conteve. A sala tinha cinco Antônios e a professora foi taxativa: os Antônios todos para fora.

Pela primeira vez naquele ano, ela expulsou da sala todos os Antônios. Tonhola foi o último a sair e de cabeça baixa, quando passou pela professora no batente da porta, ela não se conteve: - Mas você hein! Quem diria, até você hein!

domingo, 22 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Bombinha no Asfalto

Na quadra de futebol que demarcaram no asfalto, não era só de futebol que os meninos brincavam.

Por ser o mês de junho, bombinhas e traques pipocavam pela cidade nas mãos dos meninos.

Tonhola quis brincar com uma bombinha no asfalto e se deu mal. Ele pegou uma das bombinhas mais gordas e a desembrulhou. Daquelas que eles estouravam com uma lata de extrato de tomate em cima para verem ela voar e ficar toda deformada. Desamarrou o gordo pacotinho e amontou a pólvora no asfalto. A ideia era bater com uma pedra sobre a pólvora para ouvir o barulho que fazia. Só que não foi como ele esperava. Com a pólvora amontoada ele se apoderou de uma pedra de meio-fio, um paralelepípedo grande, daqueles usados para o meio-fio. Quando foi apoiar a pedra no asfalto, sobre a pólvora para depois bater com força para o disparo, aconteceu o estouro. Caraca! Só o atrito com o apoio da ponta da pedra sobre a pólvora causou o estouro. Nem ele e também nenhum dos meninos que brincavam naquele momento esperavam por aquilo. Dona Rica deixou correndo seus afazeres em casa e saiu na rua para ver o que tinha acontecido. Tonhola estava branco de tão apavorado e ficou temporariamente surdinho da silva.

Foi um tremendo susto.

Valeu a lição. Fogos de artifício: nunca mais!

sábado, 21 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Carona ao Preto Velho

Na loja de armarinhos fazendo compras para sua avó, Tonhola presenciou um fato que muito lhe chamou a atenção.

Na loja tinha um preto velho conversando com algumas pessoas. O menino ficou de antena ligada. O nome dele era Seu Juvêncio, tinha 105 anos e demonstrava uma lucidez esplêndida.

Receitou alguns chás para os males questionados peles presentes: para os rins tome isso; para dores na coluna, isso; para inchaço nas articulações compressa com isso e tome chá de mais aquilo; para dor no estômago chá disso, se não encontrar a planta me procure que tenho lá no rancho. E assim foi. Para todas as doenças ele tinha a medicina alternativa na ponta da língua. Era benzedor famoso na região.

Precisava ir. Pediu carona. O rancho ficava na beira de uma estrada de terra a uns dez quilômetros da cidade. O dono do armarinho pegou as chaves do carro e chamou um sobrinho que por ali estava para levá-lo em casa, com muitas recomendações de cuidado com o benzedor e com o carro.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - De Maverick na Churrascaria

Alfredo foi jantar numa churrascaria um pouco afastada da cidade a convite de um viajante.

Levou consigo os três meninos, seus dois filhos e o sobrinho Tonhola. Aquilo para eles era coisa rara, nunca tinham ido naquela churrascaria.

Os meninos ficaram apreensivos à espera do viajante que os levaria no carro dele. Passaram pela casa de Dona Rica, para pegar Tonhola, que já os esperava há tempos do lado de fora junto com a avó.

O viajante chegou de Maverick azul. Um baita carro, muito badalado na época. Na estrada, a churrascaria ficava na beira da estrada a alguns quilômetros da cidade, o carro parecia balançar no asfalto, tamanha a potência do motor. O desenho do carro era moderníssimo para a época e poucas unidades rodavam pela cidade.

Jantaram. Os meninos se divertiram muito enquanto os dois conversavam assuntos de negócios. De sobremesa, sorvete para todos.

Foi muito bom, mas o que ficou mesmo gravado na memória de Tonhola foi o balanço do Maverick pra lá e pra cá no asfalto, parecendo que com pouco mais de velocidade ele levantaria vôo. Foi emocionante.

As Travessuras de Tonhola - Helicóptero

Na fazenda onde Tonhola presenciou uma quantidade grande de cabras parindo houve outro episódio interessante que não poderia ficar de fora dessa série.

Em outro local da fazenda, fora da sede principal, tinha um outro curral onde foram vacinar alguns bois. Tonhola acompanhou o gerente da fazenda.

De cara, um boi encapetado, deu o maior trabalho, não aceitava o tronco de modo algum e a lida foi tanta que tiveram que sacrificá-lo. Um peão com uma espingarda chegou rapidamente e foi um tiro só bem no meio da testa. O danado do boi chegou a sair do chão com o impacto da bala.

A vacinação teve seu seguimento normal. Tonhola, ao lado do tronco acompanhava tudo e ainda ajudava os peões entregando os remédios e trocando os revólveres aplicadores das vacinas.

Lá pelas tantas, um novo alvoroço entre a boiada. Alguns presos haviam fugido do presídio da capital e poderiam estar por aquelas bandas. Um helicóptero da polícia dava auxílio às equipes em terra. Fizeram um razante na fazenda assustando a boiada. Foi um deus-nos-acuda. Aquele barulho tec-tec-tec-tec e os bois alvoroçados querendo arrebentar os cabos de aço que os seguravam no curral. Alguns cabos foram danificados, mas a peonada conseguiu controlar e o pior não aconteceu. O curral não arrebentou e a boiada não estourou. Foi por pouco.

Com tanta movimentação, Tonhola não se preocupou tanto com a boiada. Tinha muitos peões para dela cuidar. Sua curiosidade se concentrou no helicóptero. Como a maioria ali, eles nunca tinham visto tão de perto um helicóptero. Ainda mais com os policiais dos dois lados sentados nas portas com as metralhadoras prontas para as emergências em busca dos bandidos fugitivos do presídio. Bandidos que ali não foram localizados. O helicóptero se afastou, os bois se acalmaram e a vacina continuou até a última cabeça.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Aula de Violão

O Violão que Tonhola ganhou da avó ficou por muito tempo encostado em cima do guarda-roupas.

Dona Rica viu de passagem numa rua próxima, uma placa onde estava escrito: "professor de violão". Não era muito longe e resolveu matricular o neto.

Na primeira aula o professor explicou uma posição de difícil execução. Tonhola com pouco esforço, aprendeu a posição já na primeira aula.

Bateu desânimo. Achou violão muito fácil.

Não era para ser.

terça-feira, 17 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Pescaria nos Patos

Tonhola foi outra vez numa pescaria com seu tio e os primos, só que dessa vez o lugar era bem mais longe. Ficava num ribeirão num lugar lindo, largo, em curvas e com mata alta e fechada nas margens.

Pouco tempo depois ele soube que aquele local fora alagado para formação do lago artificial de uma usina hidrelétrica.

Ribeirão dos Patos. Esse era o lugar.

De tão bonito e aconchegante o lugar, pescaria mesmo que é bom, nada. Não pescaram nada. Ficaram horas ali e só banharam as minhocas.

Na volta, pararam na casa do morador da fazenda. Ele estava em casa com a família. Ao ver que os pescadores foram infelizes em sua jornada, virem de tão longe para nada, convidou-os a olharem num freezer horizontal na cozinha. Caramba, quantos peixes!

Aquela foi a mais rendosa pescaria de Alfredo e os meninos. Ele negociou pouco mais de uma dúzia de peixes e foi embora satisfeito.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Pescaria de Lobó

Tonhola foi num domingo de manhã numa pescaria com seu tio Alfredo e os primos Aramis e Aroldo.

Foram bem cedinho. Dona Rica preparou o lanche e colocou numa caixa de isopor com a tampa presa com uma tira de câmara de ar de bicicleta. O local não era muito longe, logo depois da última rua da cidade tinha uma descida longa que terminava numa curva e logo em seguida a ponte sobre o ribeirão. Era ali mesmo.

Alfredo estacionou o carro numa sombra. Os meninos curiosos correram para a beira do ribeirão, atraídos pelo barulho da água nas pedras. Sobre a ponte, o leito era pedra só, pedra preta basáltica. O tio alertou para que pegassem os apetrechos porque caminhariam um pouco pela margem até um poço.

O poço não era muito grande, mas surpreendeu a todos. A quantidade de peixes pequenos era tanta que a água quase parada do poço ficava em movimento, cheia de ondinhas dos lambaris na flor da água. O tio explicou que os lambaris faziam aquilo na água.

Num instante os meninos começaram a pescar, era só atirar o anzol na água e tirar os lambaris. Muito divertido. Um espetáculo. Aqui vamos pegar muitos peixes, vibraram. E realmente pegaram. Menos Tonhola.

As varas de pescar eram iguais para todos, o tio e os dois filhos tiravam um peixe atrás do outro e Tonhola nada. O tio colocava a isca de minhoca e era somente o prazo do menino colocar a vara na água e já retirava sem minhoca, os peixes haviam comido. O tio explicou o movimento que ele tinha que fazer com as mãos, quando percebesse que tinha peixe mamando a isca na ponta da vara. Mas nada, por várias vezes ele tentou e nenhum peixe conseguiu pegar. Começou a virar gozação dos primos que seguiam buscando um lambari atrás do outro. Até que Tonhola conseguiu pegar seu primeiro lambari. Aí é que virou gozação mesmo. Com o movimento rápido das mãos assim que colocou a vara na água, ele fisgou um lambari pela barriga. Todos riram muito. Foi a última tentativa de Tonhola naquela pescaria.

domingo, 15 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Curso de Dactilografia

Matricularam Tonhola num curso de dactilografia.

No começo ele não ficou muito feliz com a ideia. O instrutor era paciente e eram poucos alunos numa sala pequena.

Naquele tempo, Tonhola não percebeu a situação do prédio onde funcionava a sala de aula. A construção, com duas portas de enrolar numa sala comercial de frente para a rua, invadia a calçada deixando uma beiradinha mínima pouco maior que um palmo. Certamente era a mais estreita calçada da cidade e ainda lá está.

O curso de dactilografia durava algumas semanas. O tempo dependia do aproveitamento do aluno.

E começou o curso: primeira sequência com a mão esquerda - asdfg asdfg asdfg, asdfg e por aí foi. Ele tinha enorme dificuldade com os dedos mindinhos, mas com esforço foi melhorando. Algumas páginas para cada sequência, para memorizar o local das teclas e a destreza das mãos.

O teclado era duro nas máquinas Olivetti que eram a maioria. Algumas máquinas coloridas, mais modernas, Remington, tinham as teclas mais macias.

Tonhola passou a gostar do barulho das teclas cravando a letra no papel e foi se entusiasmando cada vez mais a cada aula. O instrutor percebeu e passou-lhe os primeiros textos para dactilografar, até que, pronto Tonhola, você terminou a apostila, agora que você já conhece bem o teclado, você treinará todos os dias copiando um texto como esse, mostrou a página em sua mão, que era cópia de uma página de livro. Assim que você atingir o número de toques mínimo em tantos minutos, estará concluído o curso. Pois pode começar, e passou ao animado garoto o texto.

Tonhola surpreendeu o instrutor e na primeira tentativa passou no teste.

Não voltou mais.

Aquele curso lhe serviu de base para tomar o gosto pela palavra escrita.

As Travessuras de Tonhola - Chuva de Desmamar Negrinho


- Vó, o que é chuva de desmamar negrinho?

- Onde você ouviu isso menino?

- Foi lá no Armarinho, quando fui comprar linha pra soltar papagaio. Tinha uns homens lá conversando aí entrou um fazendeiro e disse que lá pras bandas do Engenho da Serra deu uma chuva de desmamar negrinho.

- Ele quis dizer que foi uma chuva muito forte.

- Sim vó, mas por que de desmamar negrinho?

- Ah! Meu filho, isso é coisa do povo antigo.

- Então me conta.

- Dizem que certa vez uma negra que tinha um bebê de colo, que também era mama de leite.

- Mama de leite, como assim?

- Mama de leite é o nome que se dá para as mulheres que amamentam os filhos de outras mulheres. Antigamente, no tempo ainda da escravidão, as damas da nobreza, quando tinham filhos deixavam que seus filhos mamassem nas escravas, as mamas de leite.

- Entendeu?

- A mama de leite sim, entendi, mas o que isso tem a ver com a chuva?

Dona Rica riu da insistência do neto e continuou: - É que naquela época tinha uma mama de leite que todos os dias atravessava o ribeirão para ir do outro lado amamentar o filho da madame. Deixava o seu filho pequeno em casa com a família e ia, era só atravessar o ribeirão e voltar. Só que num daqueles dias, deu uma chuva muito forte, o ribeirão encheu muito, rodou a pinguela e ela não teve como voltar. Ficou do outro lado esperando até a água baixar. Só que a chuva não parava. Tiveram que dar leite de vaca para o seu filho. Com isso o negrinho foi desmamado. Daí ficou a expressão chuva de desmamar negrinho, mas isso é coisa do povo antigo. Tem cada coisa desses ditados populares que você nem imagina.

- Qualquer dia a senhora me conta mais alguns desses ditados, vó, parecem interessantes. Agora vou brincar.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Melancia na Lavoura

Num evento futebolístico na zona rural, dessa vez não vamos aqui destacar a categoria dos jogadores.

Como das outras vezes, eram dois jogos, um preliminar com os menores no time juvenil e por último o jogo dos adultos.

Ainda durante o jogo do juvenil aconteceu um fato muito intrigante com dois dos integrantes da equipe da cidade que foi escalada para enfrentar a equipe da roça.

Enquanto a bola rolava e era muito maltratada no meio de campo por Tonhola e companhia, apareceu um fazendeiro típico, a cavalo, com tudo de vestimentas que tinha direito, para um dia de domingo, tanto para ele como também para o animal. As moças nas laterais do campo ficaram impressionadas, mas aquela não era sua intenção. Pelo menos naquele momento. Chegou muito bravo, aos berros procurando pelo chefe da equipe da cidade.

Localizado o infeliz, o cavaleiro apeou com seu enorme bigodão grisalho, sem soltar das mãos a grossa rédea de lã de carneiro que conduzia o animal. Disse que era o dono da lavoura e mostrou ao chefe e grande parte da equipe que o acompanhou, os dois cabras ao longe estragando a roça de melancia. Eram da equipe, não tinha como negar. Antecipando à reação do fazendeiro, o chefe disse que mandaria chamar os dois e que o fazendeiro poderia acompanhar e conferir que eles pagariam pelas melancias colhidas.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Um Naco de Salame

Depois daquela festa em que foram de penetra no salão paroquial, os meninos foram embora pela rua zoando com a dura que Tonhola levara do padre aniversariante.

Pelo caminho passaram por um empório que ainda estava aberto. Dois dos mais velhos entraram. O dono estava sozinho no estabelecimento se preparando para fechar. Pouco passava das dez horas da noite.

Alguns minutos depois os dois saem apressados, os colegas foram em sua direção.

Para surpresa dos demais, eles tinham surrupiado uma baita peça de salame. Atrás de um caminhão pararam para saborear o fruto do furto. Com um canivete dividiram o salame. Tonhola ficou assustado com a audácia dos colegas, mas também pegou seu naco de salame e foram comendo apressados pela rua rumo a suas casas.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Professora de Desenho

Uma matéria que Tonhola não tinha nos anos anteriores no primário era desenho.

Novidade que ele adorou no colégio novo.

A professora era uma senhora muito simpática e atenciosa com os alunos. Brava, às vezes, porque nem todos os alunos levavam a sério suas aulas e ficavam aprontando pela sala no horário da aula.

Tonhola viu um caderno de desenhos antigo. Todos à lápis. Ficou fascinado pelo que viu. Os desenhos eram, em sua maioria, figuras geométricas desenvolvidas com régua e compasso, perfeitos. Era aquilo que ele queria fazer, pensou. Lembrou do puxão de orelhas que levou da professora anterior quando o pegou desenhando. Naquela escola, desenho era matéria escolar.

Ele só não entendia porque as matérias eram chamadas de disciplina. E além do mais, pra complicar mais ainda, era também parte integrante de uma grade, junto com as demais matérias que ele já conhecia, português, matemática, história, geografia. Tem também outras matérias novas que foram incluídas além de desenho, mas isso é outra história.

Para ele, disciplina era, depois de ter aprontado alguma, quando sua avó sentava numa cadeira na varanda e o gritava com uma vara de goiabeira nas mãos:

- Tonhola! Vem cááááááááááá!

Poucas coisas na vida o irritavam tanto como aquele grito arrastado da avó o chamando para entrar no relho.

terça-feira, 10 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Professora de História

Terminado o primário, Tonhola, passou na prova de admissão e iniciou os estudos num colégio particular. As instalações eram bem maiores e imponentes que o colégio estadual anterior, uma escola pública. O colégio ficava bem mais longe de casa e todos os dias ele atravessava o centro da cidade para ir à aula.

As salas de aula eram maiores, com um pé direito alto. A porta da sala era de madeira com vidro e tinha duas folhas com bandeirola. No quadro negro tinha uma plataforma elevada no piso onde ficava a mesa do professor. Tonhola adorava a escola, as instalações, os professores, os colegas, o lanche no horário do recreio que era pago na lanchonete, a música que tocava no início das aulas. Essa música até merece um capítulo à parte.

Dona Rica percebeu o entusiasmo do menino com a escola e agradeceu aos céus pois via ali um horizonte de calmaria nos estudos do menino.

Entusiasmado mesmo Tonhola ficou quando conheceu a professora de história. A mais nova de todos os professores. Uma moça loira, robusta, que ia dar aulas com vestidos coloridos e leves com os joelhos à mostra.

História passou a ser a matéria preferida de Tonhola.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Festa Junina na Escola

Tonhola melhorou nos estudos.

Já estava chegando a hora das tão esperadas festas juninas na escola e o menino estava apreensivo, pois o castigo imposto pelo tio só seria abrandado com o resultado do próximo boletim escolar. Ele tinha medo que o tio não o deixasse participar das festas.

Com a pequena melhora das notas ele pediu à tia Suzete que intercedesse por ele junto ao tio, para que o deixasse ir, porque com a avó ele não via problemas.

Na sala de Tonhola, formaram os pares para a dança da quadrilha e ele ia dançar junto com a menina dos sonhos, a que recebeu as balas na porta. Por isso o entusiasmo do menino. Já pensou se ele não fosse? O tamanho do mico.

Marcaram um ensaio com os alunos na semana da festa: todo mundo dançando, cavalheiro segurando a mão da dama, olha a cobra, passando pelo túnel, olha a ponte, a ponte caiu...


domingo, 8 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Boletim Escolar

Tonhola não ia lá essas coisas na escola. Era início do ano e as notas do primeiro bimestre foram péssimas. Dona Rica pediu ajuda ao filho Alfredo.

Alguns dias depois do resultado das provas, Alfredo foi até a casa da mãe para conferir e dar a devida dura no sobrinho peralta.

Antes disso ele quis dar uma olhada no galinheiro que ficava atrás da casa para verificar o andamento das penosas. Pelo caminho sobre a calçada viu um papel de caderno embolado, achou estranho e apanhou para ver o que era. Ficou arara com o que viu.

Antes mesmo de ver as galinhas voltou para dentro chamando Dona Rica e o menino que estava no quarto apreensivo e veio todo assustado com o teor delicado do chamado.

- Que merda é essa aqui? Mostrando o papel todo amassado nas mãos.

Sabendo que o tio viria, Tonhola pegou de uma prova de matemática que fizera no dia anterior na qual tinha se saído muito mal e tirado zero. Embolou a prova bem miudinho e atirou pela janela basculante do banheiro. Ele não imaginou que o tio, que sempre vinha apressado, se interessaria por conferir as galinhas e que no caminho passaria pela prova amassada. Que vacilo.

Complicou a situação do nosso amigo.

Daquele dia em diante, até ver o próximo boletim, nada de cinema, nada de futebol na rua e nem de treinos, nada de festas dançantes e também o Alfredo ia pedir para sua mulher Suzete dar uma mão a Dona Rica. Pelo menos uma vez por semana, ela passaria por lá para conferir o andamento dos estudos do engraçadinho.

sábado, 7 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Quadra no Asfalto

Pouco tempo depois de asfaltada a rua na porta de Dona Rica, os colegas de Tonhola inventaram de demarcar uma quadra de futebol no asfalto.

Conseguiram uma tinta esmalte cor branca e com auxílio de umas linhas fizeram a demarcação direitinho, no comprido era do mesmo tamanho de uma quadra de futebol de salão, mas da largura da rua, bem mais estreita que a de futebol.

A pintura durou muitos anos e muitos rachas fizeram ali nos finais de tarde, depois que o sol ardente, que derretia o asfalto, se punha por detrás das mangueiras; qualquer chinelo de dedo servia para demarcar os gols; apontava um carro na esquina e a partida era prontamente interrompida.

Dona Rica aprovou a ideia desde o início pois era uma maneira de manter o neto por perto, bastava uma olhada pela janela para vê-lo e foram poucas as vezes que ela teve que sair correndo para apartar brigas entre a molecada. O futebol os acalmava.

Uma vez um garoto novo apareceu por lá, branco de apartamento e entrou no racha animado com a meninada, dizendo ser bom de bola. O sol já havia se escondido, mas o asfalto ainda estava quente e o menino forasteiro estava descalço. Sem muita tarimba com o jogo no piso áspero da rua o moleque foi dar um chute e bateu com o pé no chão preto arrancando um naco enorme de carne na sola do pé, não saiu sangue, mas o rasgo foi grande e assustou a molecada. Levaram-no amparado dali para os cuidados médicos. Aquele ia sofrer muitos dias para se recuperar.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Jovens Tardes de Sábado

Ficaram sabendo que numa casa vizinha, alguns moços iam ensaiar numa banda de rock.

Era a casa de um leiteiro e o filho dele era um dos integrantes da banda. O ensaio era numa espécie de garagem coberta que ficava separada da casa nos fundos do lote.

Com o assédio da meninada, os músicos acharam melhor fechar o portão alto do muro de frente para a rua para não serem perturbados.

Os meninos ficaram de fora, ouvindo o ensaio, a bateria era forte, corria solto o iê-iê- iê com as músicas das jovens tardes de sábado.

A novidade do som agradou e foi juntando gente.

Tocaram até o final da tarde, com longas interrupções entre uma música e outra, talvez engrenando os acordes dos instrumentos e também os mecanismos do equipamento de som que por várias vezes deu pipiripaco e interrompeu o ensaio.

Os meninos esperaram até o final do ensaio para conhecer os integrantes da banda, eles só conheciam o filho do leiteiro. Saíram do ensaio uns oito garotos, só um mais velho e o mais espetaculoso deles. O cara era muito magro e feio de dar dó, cabeludo e com umas costeletas enormes. Usava uma camisa rosa, larga, de manga e aberta no peito destacando os cordões de ouro sobre o peito cabeludo; usava uma calça branca apertadíssima, destacando os seus volumes; calçava uma bota preta de verniz com salto alto, solado em plataforma, com alguns ilhoses e outros detalhes em metal no bico e nas laterais.

O cara podia não tocar e nem cantar nada, mas que chamava a atenção chamava, ah isso sim, chamava.

Aquela foi a primeira banda de rock que Tonhola e os amigos ouviram. A princípio acharam um som muito doido. Era muita zoeira. Mas depois, gostaram: maneiro, muito do maneiro.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Brincadeira Dançante

Nos finais de semana, os meninos andavam longe em busca de brincadeiras dançantes.

Por ser dos mais novos, Tonhola ainda não frequentava essas festas, mas, por ter estatura para se misturar entre os mais velhos, começou mais cedo na balada de tais festas.

Marcaram uma dessas que aconteceria num salão social de um dos clubes da cidade. Festa que foi comentada durante a semana pelos alunos da escola, você vai, vou, e você, meu pai não deixa, ah, eu vou, não perco essa festa por nada, vou dançar a noite inteira, ainda mais se alguém lá estiver também. Tonhola foi praticamente empurrado pelos colegas a ir também.

Dona Rica disse que ele podia ir até a loja escolher uma roupa. O menino foi e se entusiasmou por uma calça xadrez de fundo escuro, à noite, andando pelas ruas, nem se percebia que o pano era xadrez, ficou feliz, era aquela mesmo e uma camisa branca.

Chegado o dia, foram todos animados e contentes. Tonhola, tímido, ficou pelos cantos do salão, observando e tomando guaraná, pois ainda não sabia dançar. Via de longe as garotas dançando. A luz negra girando e piscando forte, num globo que colocaram no teto da pista de dança, lhe mareava as ideias. Lá pelas tantas, um dos meninos observou: - vejam lá, aquele não é o Tonhola? qual? aquele da calça brilhando, do outro lado da pista; caíram na gargalhada, era ele mesmo; vamos lá! vamos lá! cara! que calça maneira, olhe só ela brilha com a luz negra; eram as tiras finas e claras do xadrez da calça que tem efeito reflexivo quando bate a luz negra; cara, você arrebentou com essa calça, vamos lá para a pista, ah vamos sim, você vai dançar conosco, não vou não, vai sim quero ver se não vai, você veio conosco e vai dançar conosco sim senhor; e, um tanto assim meio que forçado, arrastaram o menino para o meio da pista e fizeram um círculo para observarem a calça que brilhava naquele corpo esguio de menino que não sabia dançar. As músicas dessa festa serão lembradas em capítulo à parte.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Paixões

Algumas paixões do menino travesso Tonhola.

A colega de sala que visitaram a casa numa excursão escolar; a que levou o primeiro amasso peladinha da silva; a do nariz com nariz, que não foi lá uma paixão, mas foi; a paixão pra lá de proibida pela gostosa da mulher do soldado, essa foi homenageada por várias vezes; a paixão pela professora do catecismo e seu belo par de pernas; pela bandeirante Marilda; pela bela menina das balas atiradas à porta, que não correspondeu; a moreninha que andava com a colega de óculos, que também não correspondeu; a garota mais velha que lhe tascou um beijo roubado na boca, que só mais tarde ele veio a perceber que também se apaixonara por ela, mesmo ela já tendo partido há tempos.

Pois é! Algumas.

terça-feira, 3 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - O Primeiro Beijo

O primeiro beijo na boca de Tonhola foi roubado.

Bem assim mesmo. Uma garota, alguns anos mais velha que ele, brincava com outras meninas na casa vizinha à de Dona Rica. Ela liderava as meninas e numas das brincadeiras elas saíram à rua chamando alguns dos meninos ali mais de perto para também participarem. Tonhola e mais dois foram convidados.

Depois de algum tempo brincando, antes de se debandarem, a garota mais velha, esperou que os outros dois meninos saíssem, chamou por Tonhola e assim do nada, na frente das outras meninas, tascou-lhe um prolongado beijo na boca. Nosso amigo Tonhola, ficou por algum tempo boquiaberto, depois enxugou os lábios na manga da camisa e saiu dali apressado, todo sem jeito.

Mais tarde ele veio a saber pelas meninas que aquilo fazia parte de uma das brincadeiras entre elas, antes deles serem chamados a participar.

Apesar de no início ter achado aquele beijo roubado, molhado e meio nojento, não há de ver que ele até que gostou.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Balas de Chocolate

Numa noite Tonhola saiu com alguns amigos medindo ruas pela cidade.

Passavam em frente à casa de uma das meninas que nosso amigo estava de olho. A casa estava toda fechada, com as luzes apagadas, dando a entender que não tinha ninguém.
Tonhola resolveu atirar na porta da casa algumas balas de chocolate que ele trazia no bolso. Só que ele não esperava que alguém ouvisse o barulho. O pai da menina estava na sala vendo televisão e abriu a porta para ver o que era. Os meninos se assustaram e num tiro se escafederam dali aos risos.
A menina não deu o ar da graça.
Os colegas zoaram com ele. No outro dia toda a escola soube daquela paixão. Menos a menina, que se fazia de durona e mesmo sabendo depois que as balas eram para ela, não deu a mínima.

domingo, 1 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Gol Contra de Canela

Não era só o Generoso que fazia gols de canela.

Num daqueles domingos de jogos amistosos numa cidade vizinha, Tonhola foi escalado para jogar no time infantil no jogo preliminar.

Colocaram-no de quarto-zagueiro. O técnico entendeu que lá, ele atrapalharia menos. O jogo foi duro. Duro de assistir. O time deles só tinha marmanjos com chuteiras de cravos de borracha com os pregos à mostra. Futebol que é bom mesmo, nenhum.

O jogo caminhava para um terrível zero a zero quando quase no final da partida, chutaram em direção ao gol um daqueles chutes malucos de bico, a bola vinha quicando forte e pela direção sairia pela linha de fundo, não fosse a interrupção do quarto-zagueiro, que voltava na corrida em direção ao seu goleiro e, imaginem só, com a perna esquerda tentou tirar a bola para longe, não deu outra, a bola quicou num buraco na hora do chute e ele bateu de canela. A jogada que não daria em nada acabou com a bola na gaveta de seu próprio time.

Um golaço contra de Tonhola. Um dos poucos em sua curta carreira de aspirante a jogador de futebol.