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sábado, 7 de maio de 2016

As Travessuras de Tonhola - Quadra no Asfalto

Pouco tempo depois de asfaltada a rua na porta de Dona Rica, os colegas de Tonhola inventaram de demarcar uma quadra de futebol no asfalto.

Conseguiram uma tinta esmalte cor branca e com auxílio de umas linhas fizeram a demarcação direitinho, no comprido era do mesmo tamanho de uma quadra de futebol de salão, mas da largura da rua, bem mais estreita que a de futebol.

A pintura durou muitos anos e muitos rachas fizeram ali nos finais de tarde, depois que o sol ardente, que derretia o asfalto, se punha por detrás das mangueiras; qualquer chinelo de dedo servia para demarcar os gols; apontava um carro na esquina e a partida era prontamente interrompida.

Dona Rica aprovou a ideia desde o início pois era uma maneira de manter o neto por perto, bastava uma olhada pela janela para vê-lo e foram poucas as vezes que ela teve que sair correndo para apartar brigas entre a molecada. O futebol os acalmava.

Uma vez um garoto novo apareceu por lá, branco de apartamento e entrou no racha animado com a meninada, dizendo ser bom de bola. O sol já havia se escondido, mas o asfalto ainda estava quente e o menino forasteiro estava descalço. Sem muita tarimba com o jogo no piso áspero da rua o moleque foi dar um chute e bateu com o pé no chão preto arrancando um naco enorme de carne na sola do pé, não saiu sangue, mas o rasgo foi grande e assustou a molecada. Levaram-no amparado dali para os cuidados médicos. Aquele ia sofrer muitos dias para se recuperar.

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