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domingo, 14 de junho de 2015

Sesta

Moramos no segundo andar. Ouço alto uma música caipira que rola numa casa vizinha. Um disco do Milionário e José Rico em sua fase mais antiga animando uma churrascada. Divirtam-se.
Certamente alguns vizinhos chatos mais acima devem estar a reclamar que a música os incomoda a sesta.
Nunca fui de deitar após as refeições. Quando criança meu pai quando via um dos filhos deitado após as refeições indagava se estava doente.
Hoje, depois de anos de estresse, entendo que alguns poucos minutos de cochilo após as refeições são benéficos.
Deixemos o Milionário e José Rico tocar.
Milionário que nos deixou a pouco tempo depois de anos cantando pelo Brasil inteiro. Até no Japão eles cantaram. Os "gargantas de ouro" do Brasil.
Quando fui pra faculdade, era 1978 em Goiânia, levei comigo uma fita cassete somente com música deles. Foi difícil. Quase apanhei. Poucos anos depois foi inaugurada uma rádio que era cem por cento música sertaneja. Sucesso até hoje. Sucesso que começou com eles, certamente. Muitos dos que quase me bateram no início viviam ligados na sintonia da rádio. Depois veio o forró universitário e relaxaram com a música, comercializaram por demais.

O tal do quibebe

Sorvete de creme com chocolate de sobremesa. O almoço foi um quibebe em fogão de lenha caipira na casa da avó de minha esposa que estava da hora. Reunião de família, fiquei conhecendo a pequena Alice de apenas quaro meses que veio de Santa Vitória, a mais nova da família. Peguei-a no colo por alguns minutos, ela não chorou e ficou a me olhar de pescocinho virado pra cima como o Pedro fazia quando procurava o barulho da minha mastigação ao comer pão. A avó Erotides esteve internada ontem com princípio de pneumonia, mas foi pra casa ontem mesmo e já está bem melhor, pelo menos comeu quibebe pra caramba.

Um novo endereço

O locador chegou e disse:
- Precisamos do prédio para montar uma loja de roupas. Tivemos que fechar o nosso outro comércio e o ponto que temos para a loja é esse.
- Sim, então me deem um prazo para desocupar.
- Que prazo?
- Um ano.
- Não, um ano é muito.
- Seis meses então, até o final do ano.
- Tá bom.
- Preciso encontrar outro lugar, preparar, adequar, não é tão simples, estamos aqui há nove anos.
E assim ficaram. O locador foi embora e o locatário pego de surpresa ficou a pensar no inconveniente de tal mudança numa hora tão difícil em que a economia do país está praticamente parada e sem previsão de melhorias no curto prazo.
No outro dia o locador volta e diz:
- Mas eu preciso abrir a loja ainda esse ano, no final do ano.
- Já sei, então tenho que sair uns três meses antes.
- É!
- Já entendi, farei o possível. Emendou o locatário danado da vida por dentro das calças.
Imediatamente o locatário começou a procurar outro ponto folheando os classificados. Informou ao contador a novidade e foi alertado que para mudança no contrato social para o novo endereço as finanças fiscais precisam estar ajustadas. Caramba, mais essa, pensou com seus botões o locatário que ainda não encontrou o novo endereço.

Hebdomadário - isso é que é uma palavra feia

A semana que passou foi dura e não consegui ler nenhuma página do meu Urupês do Monteiro Lobato. O livro que ando lendo ultimamente que está marcado, em linguagem jurídica, como lido numa página do meio. Folheio todos os dias, há anos, o jornal Folha de São Paulo e alguns jornalecos locais. Jornalecos que exageram, todos eles, nas fotos e propagandas e divulgam muito pouco de útil.
Os jornais de minha cidade, um diário e três hebdomadários precisam de uma verdadeira recauchutagem, ou mesmo de um enxugamento, afinal são quatro jornais para uma cidade pequena como a nossa. É muito.

Dia dos Namorados

Sexta-feira, doze de junho, dia dos namorados. Ouço forró porque esse ela também gosta. Vi uma garrafa de vinho no canto da geladeira. A ocasião merece um brinde. O filho foi ao cinema assistir uns dinossauros. Aquele dente em tratamento não mais me incomoda e os telefones voltaram a funcionar. Muito romântico para um dia dos namorados. Jantamos, bebemos o vinho e rimos um bocado. Bom né!

Pilares

Nesse ensolarado domingo de junho penso calmamente nos acontecimentos dessa semana que certamente terão influência decisiva sobre mim.
Meu filho ontem participou de uma gincana numa escola que não é a dele. Passou a tarde e depois emendou em uma festa na casa de um colega e demorou para desespero da mãe que lhe telefonou umas três vezes enquanto esse pai sofria vendo seu time perder novamente na televisão. Quando chegou estava de calção molhado e todo sujo porque havia nadado numa piscina. Caramba ele tem quinze anos, precisa sair com os colegas e se divertir. Na noite anterior ele assistiu no cinema mais um filme sobre dinossauros. Bah!
Volto a pensar na semana que se inicia. São tantos os compromissos e tenho que ser muito artista para conseguir saná-los, artista não, malabarista. Agora, convenhamos, malabarista em economia, já viu né, é tampar o sol com a peneira e ir empurrando as escoras de sustentação da casa para que ela não caia.
Tenho fé que a casa ainda enrijecerá seus pilares.

O Portão da Garagem

Fui guardar o carro ontem à noite e o portão não abriu. Remexi o controle remoto em todos os ângulos e nada. Desci do carro tentei mais de perto achando que pudesse ser a bateria do controle, mas não deu, o portão permaneceu lá, impassível. Voltei a estacionar o carro na rua. Antes havia assistido a mais uma derrota do Vasco no campeonato brasileiro de futebol, no horário das vinte e uma horas de sábado, ou seja, já estava com a cabeça quente pela quarta derrota seguida e ainda tinha que enfrentar o portão. Hoje acordei cedo e fui conferir pela sacada se o carro ainda estava lá. Minha cidade ainda é um tanto tranquila e também meu carro de quinze anos não desperta tanto interesse assim. Conferido, lá estava. Se meu carro fosse uma mercedes qualquer certamente eu teria novamente incomodado a síndica à meia noite de sábado. Mês passado aconteceu a mesma coisa, só que eu estava do lado de dentro, era de manhã e estávamos saindo para o trabalho, minha esposa conseguiu carona com uma vizinha que já estava com o carro do lado de fora e foi trabalhar. Eu corri a incomodar a síndica às sete da manhã. Ela desceu e mostrou-me como desativar o portão da engenhoca eletrônica e abri-lo manualmente por dentro. Agradeci e fui trabalhar. Agora de novo. Só que pelo adiantado da hora não tive ânimo para dar a volta, ir por dentro e tentar abrir o portão manualmente, fazer barulho e incomodar os vizinhos. Esse portão precisa é de ser trocado e sem demora. Enquanto escrevia aqui ouvi o danado do portão funcionando, fui conferir pela sacada e não há de ver que o danado estava funcionando. O defeito deve estar no controle remoto, ou quem sabe no operador que estava levemente abalado pela derrota do seu time.

domingo, 7 de junho de 2015

Ame, sempre.

Para onde vai o amor?
Para onde estivermos se ele estiver em nós.
Ame seu cachorro, seu gato, seu pato, seu pássaro, seu peixe.
Demonstre isso.
Não sinta vergonha de demonstrar que ama.
Saiba pedir perdão.
Se não souber,
ou se for muito difícil,
invente um jeito de se arrepender,
nesses casos uma rosa quebra qualquer gelo.
Desentendimentos passageiros com quem amamos podem ser bons,
revigoram a relação.
Se assim não for é porque não mais existe amor.
Dê presentes.
Esteja presente.
Converse com os filhos.
Seja amigo deles sem ser pegajoso, sem irritá-los.
Seja duro e saiba afagar.
Não lhes dê motivos para gostar mais do carro novo
do que do passeio no final de semana na casa dos avós.
Aquele é meu pai, aquela é minha mãe.
Pode ter a certeza de que eles dirão isso aos colegas
e não pedirão para que os deixem na esquina longe do portão da escola,
mesmo quando o carro tiver com o escapamento furado.
Seja cortês.
Um simples gesto ao vizinho chato que você tromba todos os dias no corredor,
ou mesmo um sorriso a um colega no trabalho na segunda pela manhã
é um ato de amor.
Tente e veja como a vida será mais fácil de ser vivida.
Vale a pena, sempre vale a pena.
E sejas feliz!

17 volumes.

Depois de pouco mais de uma hora de caminhada na Avenida Marginal com minha esposa, estou de volta, revigorado, nesse primeiro domingo de junho. Devia fazer isso mais vezes. Prometo que vou tentar.
Eu nunca havia lido Monteiro Lobato, acreditem, estou lendo agora, consegui de presente a coleção completa dele que pertencia a uma amiga querida, a Dona Cida sogra de minha irmã, comecei pelo primeiro volume e espero conseguir chegar com entusiasmo ao décimo sétimo livro com capa dura verde daquelas coleções antigas. Creio que conseguirei. A brasilidade dele contagia. Um forte. Como poucos.

Atraso digital

O Brasil tem poucas bibliotecas.
As escolas públicas no Brasil ainda estão muito atrasadas com relação à inclusão digital.
Existem escolas com equipamentos de informática engavetados ainda sem uso.

Junho de 2015: mudanças.

Lá fora se vislumbra uma manhã de sol escancarada. Penso em sair, caminhar, pedalar. Há tempos deixei a academia, mas é certo que voltarei. As mudanças que a vida provoca me entusiasmam, mesmo as inesperadas. Sempre vejo essas mudanças repentinas como oportunidades para melhoras, para crescimento em todos os sentidos. Novamente me encontro no meio de uma delas. Espero ter discernimento para tomar as decisões certas e saúde para seguir em frente.