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sábado, 25 de maio de 2013

A banca do bicho

Numa cadernetinha espiral e um pedaço de carbono já bem gasto o vendedor de jogo do bicho anotava as apostas. Os pagamentos recebidos, no final do expediente eram entregues na banca.
As apostas certas eram literalmente pagas no outro dia, questão de honra e sobrevivência.
Vez ou outra aparecia algum engraçadinho desconhecido que fazia uma aposta com valores mais altos que o normal da vizinhança. Quase todos jogavam somente uns trocados. Só que muitos trocados de muitos jogadores, vira um jogo sério quando se junta tudo na mão da banca. Parecia tudo tão natural que ele nem fazia ideia do que seria contravenção.
Faz um pulo de gato e cachorro, coloca tanto na cabeça do viado, joga tudo isso aqui no terno, esse aqui no pulo virado, tantos reais na centena do primeiro ao quinto, esse daqui nessa centena só na cabeça, hoje sonhei com minha sogra acho que vai dar borboleta, então joga na cobra, amanheci com a pá virada, vou dobrar a aposta no macaco... e muitas outras que ele ouvia por todos os dias. Era divertido.
Só o seu ganho é que era pouco.
Aquilo por dias e dias estava batendo em sua cabeça como um martelo. Caramba, afinal ele andava tanto, percorria ruas e ruas por todos os dias e no final recebia uma mixaria. Não estava certo.
Num belo dia, um forasteiro todo engomadinho, parecendo ter voltado de um garimpo, estava num bar falando alto e todo prosa chamando a atenção, ao vê-lo anotando apostas em outras mesas, disse-lhe que também queria fazer uma, prontamente atendido, colocou uma nota alta numa centena que era o final da placa do primeiro carro que o forasteiro viu estacionado de frente para o bar. Dito e feito, aposta registrada e entregue com várias testemunhas. Sujeito arrogante pensou o coitado do vendedor. Saiu dali e percorreu no restante do dia os lugares de sempre, registrou todas as apostas mas aquela aposta grande, daquele forasteiro engomadinho, ficou estrategicamente separada em seu bolso. Daquela vez, daquela única vez, ele nunca fizera nada parecido, a tentação foi maior do que seu medo em arriscar e sem medo de ser feliz, resolveu que aquela aposta ele não ia descarregar na banca, resolveu bancá-la sozinho.
E deu. A dita centena veio no primeiro prêmio, na cabeça. Se ferrou. Foi uma daquelas apostas de arrebentar a banca.
O infeliz do vendedor não mais foi visto por aquelas bandas.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Pedro e a pedra

O Pedro pegou uma pedra.
A pedra e o Pedro.
O Pedro e a pedra.
Pedro larga essa pedra!
O Pedro atirou a pedra
na vidraça do prédio.

domingo, 19 de maio de 2013

Perdão

Eu peço perdão.
Perdão por tudo aquilo que ainda não fui capaz de lhe dar.
Por trazer problemas do trabalho pra casa.
Por adiar por tantas vezes nossa ida à praia.
Por manter o carro na oficina e não conseguir trocá-lo por um novo.
Por não levá-la à missa aos domingos.
Por ter sido um imã dos problemas de minha família.
Por não conseguir sair do aluguel.
Por não manter a geladeira cheia.
Por não lhe dar aquele vestido azul,
aquele brinco de pérolas
e nem o sapato plataforma.
Por sonhar de mais e realizar de menos.
Eu peço perdão.
Mas não esmoreço.
Não me deixo levar pelas adversidades.
Somos felizes
e dou-lhe de coração
mais forte a cada dia
o que trago de melhor em mim.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Caça ao tatu

Estranho na cidade, ele estava por ali de passagem vendendo seus produtos como fazia uma vez a cada mês. Na última loja que visitou recebeu o convite para um jantar num sítio próximo. Era quinta-feira e todas as semanas, o lojista com alguns amigos se reuniam nesse dia para fazer um churrasquinho e colocar a proza em dia. Cada semana era na casa de um deles e além do churrasco e da bebida que todos colaboravam, o prato principal era surpresa e responsabilidade do dono da casa. Geralmente as mulheres não participavam. Naquele dia uma tia deles, já beirando os seus setenta anos, mas modernex, toda produzida, estava de namorado novo e queria apresentá-lo aos amigos. Foram. Tudo estava indo muito bem, o rapaz, alguns anos mais jovem que a dama, era muito simpático e conversa vai, conversa vem saiu o assunto sobre haver muito tatu por ali. O rapaz ficou entusiasmado e quis ir à caça. Ninguém deu-lhe bola. Depois de um final de expediente, todos cansados, se divertindo, tomando umas geladas, carninha assada no ponto, deixar tudo aquilo para sair às escuras pra caçar tatu? Para com isso!
Sobrou para o coitado do vendedor, único convidado fora do eixo ali presente como ele. Insistiu o que pode para que o acompanhasse, até que o vendedor, já estimulado por alguns goles, deixou a timidez de lado e não se aguentou: espera aí, você insiste para eu ir junto caçar tatu, vamos supor que eu concorde em deixar esse delicioso churrasco, essa prosa animada com os amigos, um jantar que está pra sair, e, que pelo cheiro deve estar uma delícia, essa cervejinha da hora, para ir contigo no escuro, num mato onde nunca estive caçar tatu. Vai que eu ainda encontro algum, o que que eu faço? Hora tenha santa paciência.

terça-feira, 14 de maio de 2013

De Servente a Empreendedor

O sujeito tinha o sangue quente. Por isso ele não parava em emprego nenhum. Já havia feito de tudo apesar de ainda jovem. Começou como servente de pedreiro, passou por diversos outros tipos de trabalhos e sempre voltava a ser servente de pedreiro toda vez que a coisa apertava. No último emprego o patrão reclamou porque ele chegou atrasado e aquilo foi a gota d'água. A bicicleta amanheceu com o pneu furado e ele teve que ir a pé pois não dava tempo de consertar e também a oficina só abria uma hora depois de sua entrada no serviço. Tentou se justificar o patrão ficou mais nervoso ainda e o jeito foi pedir demissão para não engrossar mais ainda o caldo. Perambulou por alguns dias batendo de obra em obra. Só não contava que àquela altura sua fama de estouradinho já se esparramara pelas obras. Quase sempre era algum funcionário que já trabalhava na obra que se lembrava dele e passava as coordenadas ao chefe que o mandava voltar de uma outra vez. Aquilo foi se tornando insuportável. De tanto bater de porta em porta e sempre dar com os burros n'água. Tomou uma decisão. Não mais trabalharia de peão de obra. Foi procurar outros ares. Vagou pelo centro da cidade atento às lojas abertas, aos transeuntes, aos vendedores ambulantes, a tudo. Aquilo durou alguns dias. Sem dinheiro, sem trabalho, já com o aluguel atrasado e devendo as refeições estava baixando um desespero. As refeições só não lhe foram cortadas porque a dona da pensão gostava dele. Dizia para continuarem porque ele sempre pagara, algumas vezes com atraso, mas sempre pagara e assim ela o bancou. Um dia, mais precisamente num final de semana, sentado num banco de praça, caiu a ficha, como num estalo, resolveu a também ser ambulante. Mas vender o quê? Pensou. E seguiu animado rumo à pensão matutando aquilo na cabeça. Não comentou com ninguém. De manhã, com a cabeça fresca, lembrou de um doce que aprendeu a fazer observando sua mãe e irmãs fazendo. Aquele tipo de doce não havia em lugar algum, não era vendido em bares ou lanchonetes. Era isso. Levantou decidido e pediu ajuda para a dona da pensão que prontamente se ofereceu para ajudá-lo no inicio. Fizeram. O doce foi um sucesso. Vendeu toda a bandeja em poucas horas no centro. Nem precisou andar muito. Com o dinheiro ganho, voltou pra pensão levando insumos para umas três quantidades da feita na primeira vez. Vendeu tudo de novo rapidinho. Aumentou os insumos novamente e uma bandeja já era pouco. A bicicleta já estava pequena para levar tudo, trocou por uma cargueira usada com garupeira que estava parada a dias naquela oficina do início. Providenciou umas caixas e com bandejas na frente a atrás na bicicleta passou a ser conhecido pelos comerciantes que já esperavam por aquela iguaria única. Sucesso total. Em algumas semanas já dava para pagar uma cozinheira para ajudar na preparação e embalagem. Não podia continuar daquele jeito improvisado. Conseguiu uma cômodo no centro onde era uma loja de bijuterias e estava fechado. Alugou direto com o dono que soubera do sucesso do doce. Não precisou documentos, bastava pagar em dia o aluguel. Providenciou imediatamente a instalação da cozinha tudo de acordo com as normas sanitárias que a simpática moça da prefeitura orientou. Nosso servente de obras não cabia em si de contente. Trabalhava de domingo a domingo, acordava de madrugada, preparava tudo, ajudava a fazer os doces e saia ele mesmo a vendê-los, depois conseguiu vendedores e espalhou o doce pela cidade. Abriu conta em banco, contratou mais funcionários. Uma de suas irmãs soube do sucesso e veio de mudança de outra cidade com um filho pequeno, o marido fora trabalhar noutra cidade e há seis meses não dava notícias. A coisa foi crescendo. A irmã assumiu a cozinha para surpresa dele, o filho era uma benção, um doce de criança. Uma empresa de granfinos o procurou sugerindo um marca ao doce e propondo assessoria, mal sabia ele o que era aquilo. Achou interessante. A irmã ficou ressabiada. Colocaram letreiro na loja, propaganda no rádio, no jornal e tudo mais. A coisa desandou. Ficou sabendo que uma empresa com mais estrutura havia lançado doce semelhante e produzia em série e mais barato que o dele e com embalagem mais trabalhada. Começou a perder alguns clientes, os primeiros foram os mercadinhos dos bairros, ele chegava e lá já estava o doce do concorrente. Durou pouco. Teve que fechar as portas para não piorar as coisas. Voltou a ser servente de obras. Só que na cidade que a irmã morava.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Bicicleta preta

Vejo uma bicicleta encostada no muro. Parece abandonada. É uma bicicleta antiga mas até que está bem conservada. Quem a teria deixado ali? Num canto escuro e sujo da rua uma bicicleta abandonada assim. Veio em minha mente a primeira bicicleta que ganhei, uma monareta. Com algum esforço eu conseguia carregar meus três irmãos menores nela. Fiquei alguns minutos observando aquela bicicleta com pneus ainda com aros brancos, sem enfeites especiais, nada de badulaques, uma simples bicicleta preta. Que abandonada que nada. Apareceu o dono enquanto eu a admirava e saiu pedalando forte sem maiores satisfações.

sábado, 4 de maio de 2013

O sabor das compras

Não gosto de fazer compras em supermercados. Ainda mais quando é final de semana e o movimento é maior e as lojas ficam cheias e os caixas têm filas enormes. Mas, a mulher pediu né e quando a mulher pede ela manda. Cá estou de carrinho em punhos vagando por esses corredores a enchê-lo, menos, menos, com as comprinhas básicas, nada de supérfluos porque ela fica brava depois e também os ganhos não andam lá essas coisas, convém não abusar. Vamos lá, iniciando pelo corredor de materiais de limpeza primeiro, um sabão em pó da marca que ela gosta; aliás, tudo que tiver marca terá que ser da que ela já usa; sabão em barra, até hoje ainda se usa isso? saco para lixo, esponjas de aço, outra de espuma e chego no corredor de cereais, arroz, feijão, açúcar, sal. Nossa, que gostosa, uma manobra esperta e muda-se de lado rapidinho em busca daquela rápida e deliciosa visão, ela não deve ser da cidade, pelo menos nunca a vi por essas bandas, tá ela lá em direção à fila do caixa, uma disfarçadinha básica na prateleira em frente e o perigo se mostra escancarado por completo, tudo quanto é tipo de doces e chocolates, a tentação me toca para levar uma barra de chocolate amargo, chego a tocá-la, resolvo pegá-la, sinto-a em minhas mãos, aprecio a marca, confiro até o prazo de validade, o sabor do chocolate chego a senti-lo na ponta da língua, mas não, melhor não, resolvo colocá-lo de volta na prateleira, dessa vez não. Sigo em frente, agora as carnes, peito de frango congelado, um tanto de carne moída na hora, alguns nacos de carne de panela, alguns bifes e pronto, dá para a semana. Mudo de gôndola, leite longa vida, manteiga, requeijão, biscoito amanteigado, pão de forma, bisnagas, um pote de achocolatado, uma caixa de sucrilhos para o menino, sucos em saquinho com vários sabores, gelatinas de várias cores, alumas barras de cereais e sinto que já é hora de fazer as contas porque pode ultrapassar o dinheiro na carteira, que é o único recurso, os cartões estão sem nada. Tempos de crise. Repasso os produtos no carrinho, verifico se esqueci algo importante, lembro do óleo de cozinha, onde fica mesmo, dou umas voltas pelos corredores à procura, vejo uma pilha enorme deles numa promoção, levo alguns, acho que agora tem de tudo. Ainda resolvo alguns refrigerantes diet, ela detesta, nenhuma cervejinha, dá para aguentar, ah! faltou o café, por vias das dúvidas vai também o filtro de papel e um maço de fósforos. Agora sim, posso me dirigir ao caixa. Fica para depois também um litro de vinho e o suco de tomate. Olho de longe e a fila continua lá, em todos os caixas. A bela moça se foi. Vejo entrando num outro corredor uma ex-namorada com o marido, finjo que não os vi. Um conhecido me toca o ombro. E aí, gastando por conta? Por conta de quem? Quem dera. Prazer em te ver.

No elevador

Que demora. Reclamou do elevador que não chegava nunca. No corredor apertado do edifício comercial ele conferiu as câmeras do circuito interno espalhadas. A segurança ali era forte. Chegou uma moça com uma pasta de couro cor café com a alça no ombro e outras pastas de cartolina, quatro, que ela com dificuldade segurava no braço, todas com calhamaços de papel com jeito de processos judiciais. Certamente ela devia trabalhar em algum escritório de advocacia como secretária, ou quem sabe, já seja uma advogada, apesar da pouca idade. Mal o elevador parou e um garoto apressado surgiu do nada e lhes fez companhia na subida. Ninguém havia descido nele, o elevador deve ter demorado por ser velho mesmo. O ansioso garoto, por certo um auxiliar de escritório, devia estar atrasado pois foi o que apertou os botões de parada para os três, o dele pararia primeiro. Foi a única palavra que trocaram, o número do andar que iam. Descido o rapaz, continuaram a subir. Nenhuma palavra. Ele conferiu direito e certificou-se que a moça tinha uma beleza discreta, ou escondida atrás de umas roupas sérias e do calhamaço de papéis. Ela pareceu perceber que era observada e tentou se ajeitar para um canto, olhou para o alto onde ela sabia ter uma câmera interna, como se desse o recado a ele, estamos sendo observados, cuidado. Ele fez de conta que não era com ele. Também olhou para a câmera e para disfarçar um pouco a saia justa, tirou o celular do bolso e conferiu se tinha sinal como se esperasse alguma ligação. O elevador parou, a moça saiu rápida e aliviada, mas ainda fora vítima de uma última e detalhada olhada. Seguiu sozinho rumo ao final do percurso. Um amigo de muitos anos trabalhava naquele prédio nos últimos andares que pertenciam a um cartório. Perdeu a viagem. O amigo se aposentou alguns meses antes e disseram-lhe que ele havia se mudado para o interior. Pelo menos conseguiu um número de celular que não deu sinal.

Guarda-corpo

Sentado sobre a mureta do viaduto, com as pernas penduradas ele observava a cidade que em rapidez passava em baixo. Os veículos no viaduto também passavam em velocidade a pouco mais de um metro de suas costas. De longe, um caminhão enorme, estranho, que se aproximava parecendo ser conduzido pelos demais veículos se destacava. Sua carroceria era alta e toda colorida. Não passava de um carro de som desses de animar festas. O sol apertou. Sua pasta solta sobre a mureta, o paletó a cobri-la. Os pensamentos em devaneio. Que cidade maluca. Nem notou que se aproximava um guarda que lhe pediu que dali se retirasse. Era perigoso. Ele até estranhou a gentileza do guarda, mas prontamente atendeu e seguiu seu rumo.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mudança de ares

Esperando alguém? Sim, quer dizer, estava, mas já faz tanto tempo que tenho a impressão que levei um bolo. Fica assim não, posso me sentar? Claro, vou pedir um copo. A quanto tempo você está aqui sozinho? Alguns minutos. Um brinde a isso. Tim, tim. Mulher é assim mesmo elas vivem nos dando o bolo. Quem foi que disse que era uma mulher? Caramba! Com um sorriso irônico e cara de quem não entendeu nada ouve em silêncio depois de uma golada de mais de meio copo. Estou aguardando um sujeito que está hospedado num hotel aqui no centro, ele ligou ontem me oferecendo um trabalho no norte, coisa grande, uma empreitada para uns três ou mais anos e como estou em fase de separação de minha esposa, sabe como é, vi com bons olhos essa mudança de ares. Só que o sujeito não apareceu até agora. Sei. Então você está se separando? Pois é, depois de tantos anos com a mesma pessoa, estamos nessa fase crítica. Mas sem brigas, simplesmente estamos em comum acordo entendendo que chegou a hora da separação. Temos dois filhos e ambos já adultos pensamos em nos dar uma outra chance. Parece ser um pouco tarde, mas enfim, vamos tentar, está quase tudo acertado. Os filhos são contra, é claro, principalmente a filha, que é mais nova e sente mais. Ela sempre foi muito ligada a mim, mais do que à mãe e não quer que eu me afaste deles, mesmo confirmada a separação. Você deve estar sofrendo muito com isso. Nada, a gente acha que sofre muito mas depois só em pensar na liberdade, em não ter mais com quem discutir assuntos bestas como estávamos praticamente todos os dias, tudo era motivo para discussão, por esse lado, parece um alívio pensar em uma vida diferente, sem essa pressão diária. A expectativa que criamos de uma nova vida é maior que a dor da separação. Pode ser. Mas vocês ainda estão morando juntos? Sim estamos, por enquanto, mas já estou olhando um apartamento pequeno para o caso de eu continuar por aqui. Como não tenho emprego fixo, fica mais fácil. Pois pode contar comigo se precisar de alguma coisa. Qualquer dia desses apareça lá em casa para um jantar, ou mesmo para bater um papo como estamos fazendo agora. Só que tenho que ir. Tá bom, vou ficar mais um tempo por aqui, pode ser que o tal sujeito ainda apareça. Até mais.