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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Caça ao tatu

Estranho na cidade, ele estava por ali de passagem vendendo seus produtos como fazia uma vez a cada mês. Na última loja que visitou recebeu o convite para um jantar num sítio próximo. Era quinta-feira e todas as semanas, o lojista com alguns amigos se reuniam nesse dia para fazer um churrasquinho e colocar a proza em dia. Cada semana era na casa de um deles e além do churrasco e da bebida que todos colaboravam, o prato principal era surpresa e responsabilidade do dono da casa. Geralmente as mulheres não participavam. Naquele dia uma tia deles, já beirando os seus setenta anos, mas modernex, toda produzida, estava de namorado novo e queria apresentá-lo aos amigos. Foram. Tudo estava indo muito bem, o rapaz, alguns anos mais jovem que a dama, era muito simpático e conversa vai, conversa vem saiu o assunto sobre haver muito tatu por ali. O rapaz ficou entusiasmado e quis ir à caça. Ninguém deu-lhe bola. Depois de um final de expediente, todos cansados, se divertindo, tomando umas geladas, carninha assada no ponto, deixar tudo aquilo para sair às escuras pra caçar tatu? Para com isso!
Sobrou para o coitado do vendedor, único convidado fora do eixo ali presente como ele. Insistiu o que pode para que o acompanhasse, até que o vendedor, já estimulado por alguns goles, deixou a timidez de lado e não se aguentou: espera aí, você insiste para eu ir junto caçar tatu, vamos supor que eu concorde em deixar esse delicioso churrasco, essa prosa animada com os amigos, um jantar que está pra sair, e, que pelo cheiro deve estar uma delícia, essa cervejinha da hora, para ir contigo no escuro, num mato onde nunca estive caçar tatu. Vai que eu ainda encontro algum, o que que eu faço? Hora tenha santa paciência.

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