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quarta-feira, 8 de junho de 2016

As Travessuras de Tonhola - Emulsão Scott

Óleo de fígado de bacalhau é um dos remédios mais antigos do mundo. É um fortificante que combate a desnutrição.

Todos os dias após a refeição, uma colher de sopa pra ficar forte e acabar com a palidez. É também recomendado para tosse, catarro, bronquite.

A imagem daquele homem carregando um peixe nas costas, ficou gravada na memória de Tonhola. Qual menino naquela época não tomou desse remédio?

segunda-feira, 6 de junho de 2016

As Travessuras de Tonhola - O Rebote

O Rebote foi uma lanchonete muito badalada.

Localizada numa esquina no térreo de um edifício vertical no centro da cidade.

Foi lá que Tonhola tomou sua primeira cerveja sozinho.

E tomou por acaso porque tinha marcado de se encontrar com o amigo Erasmo, o forte como um tourinho, que naquele dia se atrasou e quando chegou a primeira cerveja já tinha se ido.

Tonhola foi pra casa depois se embaraçando nas pernas.

Terminada a seção do cinema, a moçada ali se reunia. A calçada ficava tomada de gente.

Um garoto que tinha um Chevette, carro famoso na época, resolveu aprontar e fazer gracinha para as moças. Veio em disparada pela rua e deu um baita dum cavalo de pau na esquina. Por sorte não atingiu ninguém. Do mesmo jeito que chegou fazendo um barulhão assustador, manobrou rapidamente e saiu acelerado. Se não tivesse agido assim, certamente teria sido atingido pelos diversos elogios que lhe fizeram.

domingo, 5 de junho de 2016

As Travessuras de Tonhola - Taça de Ouro

Taça de Ouro era o nome de uma sorveteria no centro da cidade.

Era famosa. Naquela época era difícil passar um final de semana sem saborear uma de suas delícias.

Foi lá que Tonhola conheceu e saboreou sua primeira banana split.

sábado, 4 de junho de 2016

As Travessuras de Tonhola - Inseto no Ouvido

Nas noites quentes as famílias levavam as cadeiras para as calçadas e se reuniam para jogar conversa fora e ver a noite passar aguentando o calorão.

Dona Rica batia papo com as vizinhas enquanto os meninos brincavam nas proximidades.

As mariposas ficavam dando voltas em torno da luz no alto do poste de eucalipto de iluminação pública.

Numa dessas noites, um desses insetos, entrou no ouvido do marido de uma das amigas de Dona Rica que proseavam na calçada.

Foi um desespero.

O homem se desesperou com aquele bicho se mexendo em seu ouvido e sua reação assustou a meninada por perto. Tonhola ficou muito assustado.

Correram com o homem para o hospital.

Não demorou muito e voltaram.

O homem, muito tranquilo e sereno, contou que o médico do plantão foi muito prestativo e o orientou, depois de atendê-lo, que caso aconteça novamente, primeiro para não se apavorar e depois pedir que alguém coloque no ouvido um pouco de água morna. É tiro e queda, o bicho sai mesmo.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

As Travessuras de Tonhola - O Primeiro LP

O primeiro LP que Tonhola comprou foi Canta Canta Minha Gente, com Martinho da Vila.

Canta, canta, minha gente, deixa a tristeza pra lá, canta forte, canta alto, que a vida vai melhorar, que a vida vai melhorar.

Até hoje é considerado um dos melhores discos lançados no Brasil

Um disco de samba. O menino descobriu o samba e se apaixonou. Estava no sangue.

Em pouco tempo decorou o disco todo e não se cansava de ouvir. Era chegar da escola e ligar a vitrola. Os colegas diziam que ele ia furar o disco de tanto tocar.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

As Travessuras de Tonhola - Vitrola

Dona Rica comprou uma vitrola. Foi numa promoção de lançamento na inauguração de uma nova loja de eletrodomésticos da cidade.

Tonhola ficou deslumbrado com o novo equipamento. Convidava os amigos para mostrar a novidade. Um deles brincou que ele dali em diante também poderia fazer brincadeiras dançantes na casa da avó.

- Ficou louco! Disse ele.

– Nem pensar! Completou, depois de uma bela engasgada.

A vitrola era das mais modernas da época. Compacta, tinha rádio e o toca discos ficava embutido sob a tampa superior de plástico azul, a parte de baixo era preta. Era só levantar a tampa e colocar o disco no prato para rodar. Tonhola fuçou em todo o equipamento, passou o dedo na agulha do braço do toca discos e ouviu o arranhado que fazia. Sua avó deu-lhe uma bronca dizendo que ele ia estragar a vitrola antes de usar.

Só faltava comprar o primeiro disco.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

As Travessuras de Tonhola - Garibaldo

Tonhola teve na escola, antes de sua inauguração no meretrício, um colega estranho de nome Garibaldo.

Tonhola o admirava.

Ele era magro, o mais alto e mais velho da sala. Meio brucutu, fechado em seu mundo.

Garibaldo não saia da zona. No horário do recreio, os outros garotos o rodeavam querendo saber notícias sobre as damas. Ele sempre se esquivava.

Mais tarde, Tonhola veio a saber que ele era filho de uma delas.

As Travessuras de Tonhola - Na Palha de Arroz

Depois que Tonhola passou a frequentar o meretrício, sua rotina mudou.

Seu tio Alfredo ficou sabendo, uma notícia daquelas corria longe e rápido.

Um dia, estavam os meninos reunidos na porta da casa jogando conversa fora, quando seu tio chegou. Cumprimentou a todos e fez uma gracinha qualquer com o sobrinho de modo que todos riram e perceberam que o tio soubera que ele tinha perdido a virgindade na zona.

Tonhola, muito sem graça, ficou primeiramente assustado, depois até que absorveu aos poucos uma aura de felicidade, sem saber o motivo.

Antes de seu tio entrar para ter com sua avó ele se voltou e deu um recado estranho. Disse que só não podia era fazer na palha de arroz porque poderia correr o risco do equipamento cair.

Os meninos riram. Tonhola não entendeu o recado.