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sábado, 15 de dezembro de 2012

Lições que ficam

Porque hoje é sábado! Trabalhei muito. Fiz planos. Dividi alguns. Tudo promete ser melhor no anos que vem. É preciso acreditar. E lutar por isso também com todas as forças. Por mais que eu tenha acreditado e errado em anos anteriores. Estou bem. Sinto-me bem. Tenho feito amigos. Conservado outros. E sofro pouco pelos que perdi, quase nada. O ano vai, as lições ficam. É preciso aprender com elas. Isso é sábio. Ainda não consegui desenvolver a outra capa do meu livro de poemas "Alcaçuz e Anis", para isso não tenho pressa.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Amor que fica

Como não tenho nada. Música, ofereço a vocês. Música boa. Apaixonada. Música que plantou em mim, e floresceu, um grande amor. Espero que gostem. Esse é o amor que fica. É o que sei dizer. O amor é lindo

Urte

Preciso tomar uma decisão. Urde. Nunca fui aos extremos. Minha vida é assim. Feliz. Sou feliz. O canteiro cresce. Colocarei placa na obra. Enquanto isso aguardo peixes, que teimam em não chegar. Fritos, serão apreciados. A biloca no centro era chamada da urte. Brinquei muito. Nunca mais ouvi essa palavra.

Um passo adiante

Tirei o meu chapéu. Nem sei o motivo. Um sol quente abafa o mundo. Será que tenho motivos? Canto para amenizar a dor. Poder da criação. Sou invenção. Vivo pra cantar. A inspiração me move.

Música caipira

Eu não vou negar. Não tenho porque negar. Fantasias. Vazias. Busco uma luz verde. Encaro meu copo quase cheio. Divago. Ouço um passado distante, e belo. Minha esposa dá duro lã nos fundos. Meu filho liga, não fisgaram nada na pescaria. Corro no açougue. Será que dá tempo? Minha sogra e a mãe da minha sogra, o que será? Tatarasogra, tem base! Tenho duas sogras. Eu mereço! Elas não pescaram nada. Se uma sogra já é difícil, já imaginaram; tatarasogra!!! Toleremos. Esperei o dia por um projeto que não ficou pronto. Paciência. Amanhã tem festa chata na minha irmã. Não quero ir Festa de final de ano com teatro é de embrulhar o estômago. Minha irmã não vai ler isso mesmo, por isso escrevo tranquilo. Descarregaram ontem aqui em casa uma cama de casal em bom estado de uso. Já estava eu recolhido aos braços de Morfeu. De manhã a cama foi devidamente acolhida ao seu destino. Meu copo não está mais tão cheio. Tenho motivos. E tenho dito!

Livro Digital

Meus livros continuarão na estante. Os que tenho e os que ainda hei de adquirir. É preciso pegar o livro com a mão, demarcar as páginas com o marcador e seguir lendo. Sentido o físico. O peso do livro, a textura do papel. Leitura interrompida, o livro estará lá na estante aguardando para ser novamente manuseado e lido sempre que possível. Ao alcance da mão. Do toque. Do contato.

domingo, 11 de novembro de 2012

QUEEN

Assisto pela televisão um show do QUEEN. Apesar de minha esposa tentar dormir, quando tocam uma música que conheço ponho no máximo volume. Eles têm uma magia forte. Me faz lembrar coisas boas.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Meus dois irmãos

Colocamos flores no túmulo dos meus irmãos Wolne e Zezeca. Fomos eu e minha mãe. Ela fez uma limpeza em volta e juntou o lixo numa sacolinha plástica, não sem resmungar qualquer coisa baixinho porque lhe fora garantido que encontraria tudo limpo. Enquanto isso eu olhava meus irmãos lá, sérios em suas fotos fixas na lápide. Um amigo do Wolne passou e disse que não sabia que ele havia morrido. Ficamos um pouco ali, mudos, minha mãe observava tudo e do jeito dela se fazia de durona. Depois disse que o jazigo pode ser aumentado para cima porque nele só tem mais uma vaga. Ela ficou sabendo disso quando foi fixar a lápide do Wolne, foi também quando lhe prometeram sobre a limpeza no dia de finados. O Wolne morreu dia 13 de junho de 2012, portanto há menos de cinco meses. O Zezeca morreu em 16 de fevereiro de 2010. No mesmo jazigo também estão os restos mortais dos meus avós paternos. Saímos dali e fomos depositar flores no túmulo dos pais de minha mãe onde também fora sepultada a Tivica, minha tia Eternitiva Alan. Fiquei chateado ao ver a simplicidade do túmulo, sem nenhuma placa, nenhuma identificação. Minha mãe prometeu que vai cuidar disso coitada. Ela também disse que vai tentar transportar os restos mortais da tia Luzia, sua querida irmã, para junto dos pais. Ela foi sepultada no cemitério novo, o Parque da Saudade. Deve ser permitido, pensei. Foi a primeira vez que vi o túmulo de meus avós maternos. Foi a primeira vez que fui ao cemitério num dia de finados. Cemitério São José, um lugar a ser visitado, um lugar de paz. Voltarei outras vezes para rever meus dois irmãos, saudar seus semblantes, contar as novidades, ou mesmo somente bater um papo, o que pouco fiz quando ainda eram vivos. Meus dois irmãos... descansem em paz.

Puro Charme

Quero viajar. Não precisa ser para longe. Um riacho aqui do lado serve. Só preciso mudar de ares por um período. Que pode ser até curto. Não pretendo ir sozinho. A companhia quando é boa faz agradar o dia. Levarei minha família. Daqui uns tempos sabe-se lá se eles irão comigo. Estarei fora dos seus planos. Com os anos, naturalmente, vamos ficando menos agradáveis. Tento dar o melhor de mim, sempre. Espírito jovem e desarmado. Cabelos brancos é puro charme.

Fio da Meada

Perdi o fio da meada. Cortei as unhas. Saudei feliz minhas cadelas que agradeceram contorcendo o rabo. Será o benedito! Minha esposa fez frango, jantamos. Inicia-se um feriadão. Sem viagens. Meu time segue em derrotas. Um hipermercado se ergue onde estudei um dia e dizem inaugurá-lo ainda esse ano. A cidade ganhará. Ruas são embelezadas, praças melhor iluminadas, esquinas sinalizadas... à espera de novos viajores. Tento iniciar alguns apartamentos, o cliente decidirá. Um tio octogenário ficou três horas sobre a mira de um revólver. Resolveram tudo e ele saiu na televisão, que o assaltante exigiu presença. Espero que meu tio, passado o susto, fique bem. As primeiras máquinas de fabricar tecidos puxavam um fio que era colocado à mão.

sábado, 1 de setembro de 2012

Sábados

Os ventos de agosto se foram apesar de ainda ser agosto. Hoje é sábado, porque hoje é sábado. A semana foi dura, como tantas outras. A que vem promete ser melhor e assim sempre será. Lutamos por isso. Seguimos quebrando barreiras a cada tropeço. Aprendendo sempre, levantando e levantando cada vez mais, enquanto o corpo aguentar. Um tio foi operado da próstata. Outro teve a renovação da aposentadoria cadastrada no banco, prova de que continua vivo e com a assinatura impecável aos olhos do gerente. Cabelos cortados, visual rejuvenescido na silhueta. Peso, o mesmo de há dez anos, elogios do médico. Hoje a Véia estréia no Campeonato Mineiro da Terceira Divisão contra o Montes Claros. À noite, o Boa jogará contra o Bragantinho em Varginha pela Série B. Daqui a pouco o Vasco jogará contra o Fluminense no Engenhão, tentando se reabilitar depois de 6 rodadas sem vitórias. Retomo o texto uma semana depois. Sábado de setembro. A Véia empatou em 1x1 contra o Montes Claros. Uma boa estréia, um ponto fora de casa. Na quarta-feira pela segunda rodada bateu o Nacional de Uberaba em Coleto de Paula por 1x0 e assumiu a liderança da chave. Amanhã pegará o PAC Uberlândia também em Coleto de Paula. O Boa bateu o Bragantino por 3x0, depois perdeu para o Avaí na terça por 2x1 e ontem novamente perdeu para o Guarani por 2x1, dessa vez em Varginha. A lanterna do rebaixamento continua acesa porque os jogos no segundo turno tendem a ficar cada vez mais duros. O próximo compromisso será contra o Atlético do Paraná fora. Jogo duríssimo. Já o Vasco passa por uma fase negra. Perdeu para o Atlético Mineiro, empatou com o Coritiba por pura sorte, perdeu para o Flamengo, depois para o Fluminense e na quarta perdeu também para o Grêmio por 2x0 em Porto Alegre. Tá difícil. Muito mais difícil é assistir aos jogos do Vasco. O time está verdadeiramente ladeira abaixo. E olha que até a derrota para o Galo mineiro o time só tinha uma derrota para o Cruzeiro. Só que a estrela cruzmaltina é tão forte que o time ainda continua no G4 depois de tantos tropeços. Hoje de noite terá pela frente a Portuguesa em São Januário. Pode ser o jogo de mandar pra longe a má fase. Torçamos. E dá-lhes Vasco! Quem está chegando no G4 é o São Paulo que na quinta goleou o Botafogo por 4x0 e está com a quinta colocação. Aguardem. Hoje é aniversário do meu filho Pedro. 13 anos. Meu companheirão. Parabéns!

Minha cadela Vice

Chego em casa do trabalho no final do dia cansado e chamuscado de cimento. Minha cadela boxer Vice me recebe como sempre, toda contente querendo brincar. Acaricio sua cara e ela me umedece as mãos. O cansaço e o desânimo me impedem de retirar a guia pendurada no batente da porta, engatá-la na coleira nova e levá-la para um passeio na praça próxima. Nessa hora lembro do médico que me mandou caminhar mais. Bem que poderíamos aproveitar melhor o exemplo dos cães. Sempre de bem com a vida. Mesmo quando pela manhã eles apreensivos ficam a nos olhar com aqueles olhos tristes esperando pela ração. Basta um gesto e eles já ficam todos elétricos, serelepes. A Vice, se eu deixar, salta da minha altura e me beija o rosto. Fico meio de longe porque ela suja minha roupa e a patroa fica brava comigo. O pai da Vice, o Pretinho, de velho, teve que ser sacrificado depois de quase 15 anos aprontando, quando novo em casa na cidade, depois, na chácara com meus pais. Até a mim ele mordeu um dia, o maior estrago foi na coitada de minha mãe. Só faltava meu pai. Foi sua última mordida.

domingo, 12 de agosto de 2012

Domingo de agosto

Olá bom dia, hoje é domingo de agosto. É dia dos pais: Parabéns! Há tempos eu não passava por aqui. Cá estou. Completei 52 anos dia 8. Agradeço de coração a todas as manifestações de carinho que recebi. Até breve.

domingo, 29 de abril de 2012

Achei isso perdido.

Em comemoração pelo meu aniversário de 48 anos fomos a um restaurante comer pizza com alguns sobrinhos. Meus irmãos não foram. Entre os sobrinhos estava também a aniversariante Tailane no explendor dos seus vinte anos, ela nasceu no dia 08/08/88. Foi bom.

Estou me sentindo bem, passando por um período bom, só tenho muito trabalho e ainda não consegui formar a equipe de profissionais que gostaria para me auxiliar. Continuo firme no propósito de iniciar minha construtora Aroeira, só ainda não sei quando.

A vida é dura!

Dia desses numa fila de banco ouvi um senhor dizer que não queria saber de dinheiro ou outras riquezas porque a maior riqueza do mundo ele acabava de ter pois sua esposa havia dado à luz uma filha.
Recebeu cumprimentos.
Lembrei de um outro pai que há anos não vê o filho que se mudou para longe e pouco se falam.
Depois veio de imediato uma cena triste que assisti quando voltava para casa do trabalho e ao volante, num cruzamento de rua assisti um jovem dar um tremendo soco no rosto de uma senhora que parecia ser sua mãe pela idade e também pelos modos com os quais ela tentava conter a possessão que se do rapaz tomava. Que tamanha ira pode levar um jovem a esmurrar a própria mãe, ou a esfaquear a avó como saiu no jornal. Alguma realidade cruel está saindo fora do controle. Há alguns anos esse tipo de notícia era dada somente em grandes metrópoles e agora já estamos vendo tais notícias bem ali no bairro vizinho
Pensei cá com meus botões, ao ver a felicidade daquele pai de primeira viagem, que todos nós que temos filhos temos que pesar as possibilidades que a vida oferece de um dia um deles vir a ser vítima de escolher o caminho errado.
Todos estamos sujeitos a isso. A vida é dura!
Entendi, com a satisfação daquele pai, que a melhor maneira de se evitar isso é estar sempre ao lado dos nossos filhos, acompanhando o seu dia a dia, seu crescimento para o mundo, estando próximos, mas sem sufocá-los, sem tolher-lhes a liberdade de seguir sua própria vida pelo mundo, assim como escolhemos viver nossas próprias vidas quando saímos das barras das saias de nossos pais.

Tênis branco

No final do ano, levado pelas promoções, uma delas em qualquer calçado da loja o desconto era proporcional ao tamanho do pé do cliente. Caramba, pensei com meus botões, esse eu tenho que aproveitar, afinal, 43 por cento de desconto não é toda hora. Bati lá. Escolhe daqui, experimenta dali, uma verdadeira tentação. Mas em época de vacas magras, bom senso é sempre bem-vindo. Acabei ficando com um tênis de futsal branco. Gostei. Levei pra casa com cara de atleta, como se fosse sair dali jogando futebol todos os dias e com a aprovação da esposa e do filho que também me acompanhavam, cada um levou o seu calçado com descontos menores que o meu. Passados três meses, vi o tênis que ainda está na caixa guardado no armário. Noutros tempos ele teria sido estreado até no asfalto quente da rua.

Num domingo de outono

Hoje fiz minha caminhada matinal. O médico recomendou que eu a fizesse todos os dias. Hoje eu consegui. O tempo ajudou, amanheceu nublado e até agora está. Dia desses fui tirar uma fotografia para documentos. Renovação da carteira de habilitação. Emprestaram-me um paletó coletivo preto para sair bonito na foto, com mais cara de documento. Em poucos minutos a foto ficou pronta. Saí com um ar pálido, carregado, triste. Os cantos dos olhos caídos, tipo chapéu chinês. Cheguei em casa e caí na besteira de comparar a foto com a da habilitação antiga. Caraca! Onde terá ido meu sorriso? O que não nos provoca ficar anos e anos debaixo do arreio. Lembrei dos coitados dos diversos funcionários de obras que já contratei pela vida, muitos aparentam ser bem mais velhos que a idade destacada nos documentos. A dor da lida. O envelhecimento precoce. Admiro meus pais, os dois já passaram dos setenta anos e aparentam bem menos a idade que têm, continuam firmes e fortes e ainda trabalham muito. O trabalho quando é feito com prazer rejuvenesce, deve ser isso. É com o exemplo deles que sigo firme pela vida, lutando, lutando muito, dando cabeçadas, levando tombos, levantando dos tombos e caindo de novo por acreditar nas pessoas erradas que o destino me põe pelo caminho. Mas, procurando manter o mesmo vigor de sempre. Só que o corpo sente. Daí vem o médico e manda caminhar e caminhar e caminhar.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Sérios assuntos

Ultimamente tenho escrito muito sobre sérios assuntos. Não nasci para isso. Meus temas preferidos são diversos e dispersos. Quanto menos importância tiver, melhor. Sabe aquela manada de gatos pretos que amanhecem à sua porta? Pois é! A gata da vizinha pariu uma porrada de gatinhos todos pretos e os danadinhos cresceram mas continuaram unidos e dia desses amanheceram todos à minha porta, isso quer dizer alguma coisa, parece que não, mas pode ser um sinal, sei lá de quê, mas parece um sinal, afinal, desde longa data ouço essa ladainha sobre os coitados dos gatos pretos, só que os da minha vizinha são bem meigos e dóceis, umas graças e amanheceram todos à minha porta, sei lá, estavam à minha espera, fiz sinal de bom dia, não se assustaram e segui meu rumo tentando desvendar aquele sinal. Outro assunto não menos sério: Minha família é muito grande, minha mãe teve dezessete irmãos, acreditem, conheci quinze deles, hoje, são onze, assim, sempre tivemos festas, muitas festas, festas enormes, inesquecíveis, a dos cinquenta anos de minha mãe foi uma delas, mas sempre tinha alguém ou algum engraçadinho que queria fazer um discurso ou alguma reza, a festa ficava chata, reza e cerveja não combinam e nem discursos, depois que os discursos e as rezas foram abolidos nossas festas ficaram mais divertidas e animadas, minha irmã que me perdoe, ela adora um discurso, se lhe derem um microfone, já era, meus tios que me perdoem, mas depois que todos os tios completaram cinquenta anos, como a sobrinhada era muita, difícil seria continuar a tradição da festa dos cinquenta para todos, e assim as festas passaram a se chamar "festa dos primos" e também se tornaram inesquecíveis, acabamos de realizar a terceira e já está definido o local da próxima, só falta firmar a data e eita povinho pra gostar de festas esses Gomes Barbosa, meu filho Pedro e o primo José Eduardo que o digam, eles são crianças e não perdem nenhuma, a tradição seguirá com laços fortes e se eu ainda tiver forças, um dia teremos, aqui em nossa Ituiutaba, um lugar fixo para nossas reuniões familiares. Por isso que poeta gosta de falar da lua de borboletas de rosas e de pássaros. Parecem coisas sem pé nem cabeça, sem importância, mas estão aí, para todos verem, embelezando o mundo e desde que o mundo é mundo essas belezas vêm sendo cantadas por todas as artes, para nosso deleite, nossa admiração e nossa esperança de que através da arte sempre a humanidade viverá em busca de um mundo cada vez melhor. Viu só! Acabei falando sério.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Gavetas

Sim, bate a saudade.
Um aperto forte nos comprime o peito
De onde será que vem tamanha dor?
De pronto procuramos nas gavetas do passado.
É sempre assim,
qualquer coisa que nos faz mal,
intuitivamente procuramos a causa
e muitas das vezes as gavetas,
sempre as gavetas,
teimam em esconder os motivos.
Quanto mais desarranjos nas gavetas,
mais motivos juntos para dores.
Nomes, fotos, bilhetes, números.
Dores de todos os tipos e cores.
E lá dor tem cor?
Não sei se tem cor
mas que algumas são bem escuras ah! isso são.
Até cabeludas elas chegam a ser.
Quem dera conseguíssemos organizar todas as nossas gavetas.
Tudo arrumadinho em seu devido lugar.
Alguns conseguem.
Lembro de um pintor do Século XIX
me faltou o nome,
que tinha doze ternos cinzas,
todos rigorosamente iguais... assim também não vale.
Imagino os adjetivos que não lhe deram.
Também, vá lá saber as dores que o afligiam.
Deixa estar.
Lembram do filme "Dormindo com o Inimigo"?
O sujeito tinha uma organização britânica no armário...
Ainda bem que as dores passam.
Os guardados nas gavetas podemos nos livrar deles.
Muitos deles.
Todos eles.
Os que não esquecemos não ocupam espaço físico...
Hoje, criamos gavetas nas nuvens.
Essas gavetas geralmente não limpamos, abandonamos.
Um perigo, porque elas não somem, estão sempre lá.
Cada vez mais acumulando quinquilharias.
Sabe-se lá onde isso vai dar.
Cada um que cuide das suas gavetas.
Mas cuidado, querido leitor, elas provocam dores.

sábado, 14 de abril de 2012

Quem duvida!

Vivo um sábado morno.
Em minha geladeira não há cerveja alguma, paciência.
Minhas cadelas aguardam quietas em seu canto pelo banho semanal que é de minha responsabilidade.
Há pouco percorri todas as páginas do jornal do dia, um vício antigo.
Hoje não tem futebol. É semana decisiva nos estaduais, os jogos serão todos ao mesmo tempo no domingo.
Semana que vem teremos uma festa em família. Pelo menos de dois em dois anos tentamos fazer uma. A família é grande, merece um encontro desses.
Tinha programado uma tarefa importante para esse final de semana, mas tive que abortá-la, levado por uma deficiência técnica no equipamento impressor.
Ontem foi sexta-feira treze... e nem passou.
Lá nos fundos, meu filho, improvisa uma ducha com dois colegas e faz uma algazarra irritante. Mas não reclamo, isso é coisa pra ranzinza, penso eu cá com os meus botões e deixo que sejam crianças.
Viro a página para os acontecimentos bons que estão por vir para o início da próxima semana.
Amanheci o dia com minha esposa cobrando conserto nos estragos no piso que a danada da cadela mais nova não cansa de escarafunchar.
Bom final de semana. Quem duvida!

sábado, 31 de março de 2012

O engenheiro e o poeta

Queridos leitores, peço primeiramente desculpas pelo tempo que daqui andei afastado, quase um mês.
Tempo de conflito entre o engenheiro e o poeta, mais do que natural.
Tenho dado peitadas ultimamente tentando me firmar como engenheiro sênior. E pode acreditar meu amigo leitor, é muito mais difícil do que quando saímos da faculdade.
Os cabelos branquearam, a barriga cresceu, mas a vontade de produzir, de dar conta do recado continua a mesma. Infelizmente o peso disso diante da concorrência parece ser nulo. A experiência não conta, os créditos obtidos durante a vida ativa não contam; currículo, é mais um papel arquivado nas pastas suspensas. O preço do concorrente é o que conta, é o que tem peso maior nas decisões.
Todos os dias vejo nos jornais que faltam engenheiros no Brasil. O momento é favorável. O crescimento previsto para o país projeta isso.
Uma corrida frenética de candidatos pipocam os vestibulares das ciências exatas.
Quando as coisas pareciam que melhorariam, inventaram um burocratês novo, a precarização do trabalho. Que por sinal, tem sido cruel na indústria da construção civil.
A terceirização no setor tem sido usada em sua forma mais cruel. Não sei onde isso vai dar.
Justo na hora em que fui me aventurar a subempreiteiro de obras.
O importante é não desanimar.
As obras estão aí sendo anunciadas a cada dia. Em Ituiutaba aproximadamente três mil casas serão iniciadas ainda esse ano. Novos loteamentos são apresentados até um dos maiores se chamará Nova Ituiutaba.
Enquanto isso, enquanto as obras maiores passam nas mãos dos concorrentes, vou conquistando novos clientes e fazendo obras diversas pensando em me firmar no longo prazo.
Por outro lado, alguns livros estão no prelo à espera de editoras.
Algumas estão insistindo para que eu publique na mesma forma do primeiro "Alcaçuz e Anis". Ainda não é hora. Vou esperar mais e ver no que vai dar. Diversifiquei os estilos tentando atender o mercado editorial. Tempo ao tempo.
Não quero mais bancar a publicação de um livro meu. Não quero e não posso.
E a vida não tem sido mais dura do que sempre foi comigo.
O problema está nos ciclos que não consigo fechar.
O poeta ainda falará.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Turbilhão em desvanecimento

Há tempos não dou uma espiada por aqui. Correria de início de ano.
Só que agora o carnaval já passou. O que significa que o ano oficial de trabalho teve sua contagem iniciada. Vamos a ele.
Profissionalmente confesso que ando decepcionado com meus escritos.
E quem falou que escrever é profissão?
Eu até que gostaria de mergulhar nesse mundo das letras e viver em busca de um fôlego novo a cada palavra aprendida. Mas o tempo passa.
Talvez pensando nisso e por já ter ultrapassado a fase da meia idade, resolvi plantar algumas árvores para acompanhar mais de perto seus crescimentos e também ter mais motivos para refletir na cadeira de balanço ao entardecer, principalmente aos sábados.
A vida é dura. Sempre ouvi isso. Nunca deixei de ser otimista e nem deixarei por mais que a fivela me aperte o cinto.
Um fio de esperança sempre existirá. Os voos dos tucanos ou a algazarra do casal de enormes araras azuis no coqueiro frente à cadeira de balanço naqueles sábados me mostra isso.
É rico quem tem o privilégio dessa visão, agradeço por isso.
Ainda quero ver essas aves comendo os frutos das árvores que esse ano plantei.
As outras árvores que criei estão no prelo, são quatro, nenhuma resposta ainda me veio sobre seus destinos. Aguardemos.
Um turbilhão em desvanecimento se esvai e passa.