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terça-feira, 17 de abril de 2012

Gavetas

Sim, bate a saudade.
Um aperto forte nos comprime o peito
De onde será que vem tamanha dor?
De pronto procuramos nas gavetas do passado.
É sempre assim,
qualquer coisa que nos faz mal,
intuitivamente procuramos a causa
e muitas das vezes as gavetas,
sempre as gavetas,
teimam em esconder os motivos.
Quanto mais desarranjos nas gavetas,
mais motivos juntos para dores.
Nomes, fotos, bilhetes, números.
Dores de todos os tipos e cores.
E lá dor tem cor?
Não sei se tem cor
mas que algumas são bem escuras ah! isso são.
Até cabeludas elas chegam a ser.
Quem dera conseguíssemos organizar todas as nossas gavetas.
Tudo arrumadinho em seu devido lugar.
Alguns conseguem.
Lembro de um pintor do Século XIX
me faltou o nome,
que tinha doze ternos cinzas,
todos rigorosamente iguais... assim também não vale.
Imagino os adjetivos que não lhe deram.
Também, vá lá saber as dores que o afligiam.
Deixa estar.
Lembram do filme "Dormindo com o Inimigo"?
O sujeito tinha uma organização britânica no armário...
Ainda bem que as dores passam.
Os guardados nas gavetas podemos nos livrar deles.
Muitos deles.
Todos eles.
Os que não esquecemos não ocupam espaço físico...
Hoje, criamos gavetas nas nuvens.
Essas gavetas geralmente não limpamos, abandonamos.
Um perigo, porque elas não somem, estão sempre lá.
Cada vez mais acumulando quinquilharias.
Sabe-se lá onde isso vai dar.
Cada um que cuide das suas gavetas.
Mas cuidado, querido leitor, elas provocam dores.

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