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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Ser Feliz

Meus cabelos brancos
denunciam o peso da idade que avança.
Quero me divertir mais nos próximos anos.
Prometo que dedicarei mais tempo
ao meu tempo de gozar o tempo livre,
sem me descuidar de algum exercício físico,
e daquela boa caminhada de mãos dadas.
Os anos dedicados ao trabalho,
hoje não me permitem descuidos com a saúde.
Preciso evitar focos de tensão, sem medos,
daí a escolha dos novos trabalhos.
Sei da dor do vazio no estômago.
Doravante, alimentação saudável, sempre,
não posso mais abusar das feijoadas.
Quero ler mais.
Quero escrever mais.
Quero ouvir mais meus antigos discos.
Quero assistir mais filmes,
ir mais ao cinema.
Quero ainda com mais afinco
me entregar a quem amo,
sendo melhor,
buscando o melhor a cada dia.
Mais perfumes e flores,
mais chocolates e mimos,
mais sorvetes e cachoeiras,
mais pulseiras e brincos...
Quero lá estar quando de mim precisarem.
Fabricarei momentos felizes.
Quero meu filho menos preso à internet.
Quero fazer novos amigos
e dedicar mais tempo
aos amigos que já tenho.
Quero poder viajar mais,
livre, sem compromissos,
conhecer novos lugares
e também visitar alguns
dos belos lugares que já vi.
Quero trabalhar muito,
dar o melhor de mim,
mas também quero
não ter que me lembrar a cada dia
o quão dura a vida é.
Parece tão simples...
Ser feliz!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Ao trabalho.

Como sempre, cheguei cedo para o trabalho.
Animado, afinal é final de ano.
O comércio agradece nessa época.
Aumentam as expectativas.
Mesmo que sejam tenebrosas as previsões.
Façamos a nossa parte.
Ao trabalho.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Vida que passa

O bonde passa quase lotado.
Repete esse trajeto
várias vezes ao dia
e não se cansa.
Assim é a vida.
O bonde passa.
E passa e volta e passa.
Às vezes ele segue vazio.

Auréola

Independente de religião
todos temos
uma coroa sobre nossas cabeças.
Aproveite a sua.
Pratique o bem.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Inventor de Motivos

Quem dera a vida fosse fácil.
Sorte?
Ela aumenta a cada dia de trabalho duro.
Esperança?
Renova-se a cada manhã.
Bom mesmo é inventar motivos
que nos façam sair da cama aos pulos.
Fiz isso a vida toda.
Pior são as expectativas.
Não devemos desanimar,
nem torcer o nariz
para as respostas que obtemos
que vão de encontro ao que desejamos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Dona Siridônia

Dona Siridônia era daquelas idosas
que não perdia um velório.
Viúva, aposentada,
abandonada há anos pelos
filhos e netos, todos longe,
perdidos na distância.
Cada velório era um consolo.
Em todos ia direto ao defunto,
admirava os adereços,
a palidez da pele retocada,
comentava falando baixinho:
"a gravata ficou torta,
tem algodão no nariz e no ouvido,
que terno bonito, deve valer uma fortuna,
que desperdício num defunto,
sapatos também, novinhos e brilhando,
essa urna é de primeira, encomendada".
Rezava, rezava muito.
Consolava os familiares,
como se da família fosse.
"Mas que enterro bonito!"
Fora os velórios,
Dona Siridônia perambulava pelas ruas
como se lugar para ir tivesse.
Num daqueles dias com o sol de rachar
Dona Siridônia passou mal e caiu na rua,
chamaram a ambulância
e levaram-na direto ao pronto-socorro.
Em vão.
Dona Siridônia partiu dessa para melhor.
Sem parentes próximos,
a prefeitura tomou as providências.
Não teve velório.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ralo dobrado

Daquela vez você disse sim
que daria seu apoio.
Achei bom, é claro.
Confirmei o pedido.
Você sabe muito bem
o tanto me será útil.
Agora você volta e diz não.
Com que cara eu fico?
Você sabe muito bem
que sozinha não consigo.
Quer saber?
Embale seu dinheiro de plástico
e siga seu rumo.
Nem pense em olhar para trás,
vou superar mais essa.
Ralo dobrado,
mas o pedido não desfaço.

Escuridão

Escuridão.
Uma paixão desenfreada, de súbito.
Outra o persegue.
Tenta se livrar como pode.
Esconde.
Foge.
Pede ajuda.
Foi bom, mas não quer mais ser visto com ela.
Foi seguido.
Cedeu novamente.
Exitou mas aceitou a carona.
Recusou pilulas que ela tomou todas.
Dirigia em velocidade.
Bateu.
Rosto desfigurado.
Trauma.
Transtorno.
Tentou eliminar a causa.
Sufocou a paixão.
Manicômio.
Imaginação.
Misturou a causa com a paixão.
Foi congelado.
Ressuscitado anos depois.
Fora tudo um sonho.