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sábado, 1 de setembro de 2012

Minha cadela Vice

Chego em casa do trabalho no final do dia cansado e chamuscado de cimento. Minha cadela boxer Vice me recebe como sempre, toda contente querendo brincar. Acaricio sua cara e ela me umedece as mãos. O cansaço e o desânimo me impedem de retirar a guia pendurada no batente da porta, engatá-la na coleira nova e levá-la para um passeio na praça próxima. Nessa hora lembro do médico que me mandou caminhar mais. Bem que poderíamos aproveitar melhor o exemplo dos cães. Sempre de bem com a vida. Mesmo quando pela manhã eles apreensivos ficam a nos olhar com aqueles olhos tristes esperando pela ração. Basta um gesto e eles já ficam todos elétricos, serelepes. A Vice, se eu deixar, salta da minha altura e me beija o rosto. Fico meio de longe porque ela suja minha roupa e a patroa fica brava comigo. O pai da Vice, o Pretinho, de velho, teve que ser sacrificado depois de quase 15 anos aprontando, quando novo em casa na cidade, depois, na chácara com meus pais. Até a mim ele mordeu um dia, o maior estrago foi na coitada de minha mãe. Só faltava meu pai. Foi sua última mordida.

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