Matricularam Tonhola num curso de dactilografia.
No começo ele não ficou muito feliz com a ideia. O instrutor era paciente e eram poucos alunos numa sala pequena.
Naquele tempo, Tonhola não percebeu a situação do prédio onde funcionava a sala de aula. A construção, com duas portas de enrolar numa sala comercial de frente para a rua, invadia a calçada deixando uma beiradinha mínima pouco maior que um palmo. Certamente era a mais estreita calçada da cidade e ainda lá está.
O curso de dactilografia durava algumas semanas. O tempo dependia do aproveitamento do aluno.
E começou o curso: primeira sequência com a mão esquerda - asdfg asdfg asdfg, asdfg e por aí foi. Ele tinha enorme dificuldade com os dedos mindinhos, mas com esforço foi melhorando. Algumas páginas para cada sequência, para memorizar o local das teclas e a destreza das mãos.
O teclado era duro nas máquinas Olivetti que eram a maioria. Algumas máquinas coloridas, mais modernas, Remington, tinham as teclas mais macias.
Tonhola passou a gostar do barulho das teclas cravando a letra no papel e foi se entusiasmando cada vez mais a cada aula. O instrutor percebeu e passou-lhe os primeiros textos para dactilografar, até que, pronto Tonhola, você terminou a apostila, agora que você já conhece bem o teclado, você treinará todos os dias copiando um texto como esse, mostrou a página em sua mão, que era cópia de uma página de livro. Assim que você atingir o número de toques mínimo em tantos minutos, estará concluído o curso. Pois pode começar, e passou ao animado garoto o texto.
Tonhola surpreendeu o instrutor e na primeira tentativa passou no teste.
Não voltou mais.
Aquele curso lhe serviu de base para tomar o gosto pela palavra escrita.
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