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sexta-feira, 11 de março de 2016

As Travessuras de Tonhola - A Chácara do Brimo

A Chácara do Brimo era um lugar de festas na cidade. Muitos casamentos foram consagrados ali.

Quando a festa era grande, para muitos convidados, abriam uma vala no chão para assar as carnes à moda gaúcha. Um luxo!

Que delícia era em criança saborear aquela carne macia, mal passada e quentinha, com o sangue escorrendo por entre os dedos.

Uma vez Tonhola foi numa festas dessas. O casamento era da filha de um amigo do Alfredo, que também trabalhava na prefeitura. Foram a família toda com Dona Rica e o neto, afinal uma festa daquelas não era todo dia.

O casamento fora na igreja pela manhã. Foi um casamento demorado e no final o padre chamou a atenção de todos e informou que estavam convidados para a recepção que aconteceria na Chácara do Brimo, pegou um papelote e leu o endereço. Saíram todos dali apressados para pegar um bom lugar. Os cumprimentos aos pais e noivos seriam dados na festa.

O Álvaro, esperto com esse tipo de evento, escalou o filho Aramís para ir mais cedo com uns amigos e garantir uma mesa para a família.

Quando chegaram a casa já estava lotada, casa não, espaço, porque as mesas foram dispostas sob a sombra das muitas mangueiras ali existentes. Foram mais convidados do que as cadeiras dispostas nas mesas ofereciam; os que não conseguiram assentos ficavam em pé em volta das mesas. Lá dos fundos, vinha o cheiro delicioso das carnes se ardendo nas brasas. Todos se acomodaram à mesa garantida por Aramís e aguardaram o circular dos garçons. As bebidas estavam sendo servidas primeiro e o chope corria solto entre os convidados, os refrigerantes também. Não serviam água. O Afredo pegou dois chopes para ele e a esposa Janete, Dona Rica não quis, bebeu refrigerante também com os netos. Alfredo reclamou do chope quente, mas bebeu.

Passava o tempo e nada de servirem a carne. Todos já estavam famintos. Parece que estavam esperando a carne assada completar as bandejas dispostas, de modo a servir a todos de uma vez, daí a demora.

Enquanto a carne não vinha, o povo bebia.

Aquilo não podia dar em boa coisa. Bebida e estômago vazio não combinam e pelo entusiasmo dos garçons circulando, chope não faltaria.

Foi quando Tonhola, faminto, percebeu que seu tio Alfredo começou a rir de uma forma estranha. Ria de tudo, por qualquer motivo. O chope estava fazendo efeito.

Liberaram os garçons para servir mandioca e vinagrete de tomate, em pouco prazo, chegou a tão aguardada e deliciosa carne assada com uma farofinha temperada. Uma fartura. Que bela festa.

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