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sábado, 13 de fevereiro de 2016

As Travessuras de Tonhola - Patinete

A criançada passava horas nas garagens ou nos fundos dos quintais fabricando seus brinquedos. Na época as ofertas de brinquedo nas lojas não eram muitas e a molecada se divertia inventando moda, cada um queria o seu brinquedo mais bonito e melhor que os dos colegas.

Dos brinquedos mais famosos que faziam a cabeça da meninada, os carrinhos de rolimã para se descer ladeiras, eram os que faziam mais sucesso. A sensação da descida em velocidade provoca nos meninos um fascínio inexplicável. Os tombos e ralamentos no asfalto eram inevitáveis.

Entre os carrinhos de rolimã, o patinete era especial: com somente dois rolamentos, unidos por uma tábua estreita de madeira e um guia também de madeira para se conduzir o brinquedo ladeira abaixo, era só subir na tábua e se equilibrar segurando firme o "guidão" com as mãos.

Nesse quesito, Tonhola era muito molenga. Ele ajudava os colegas a fabricar os brinquedos, mas na hora de mandar ver, ficava sempre por último, era o que mais caia e estava quase sempre escafolado nos braços e pernas com os tombos no asfalto.

A última vez que Tonhola se animou a descer a ladeira, digo última porque foi a última mesmo, depois daquele tombo ele nunca mais quis saber de patinete. A descida era de uma esquina a outra na parte mais íngreme da quadra e ele não foi muito feliz. Era num sábado já para o final da tarde, os colegas estavam reunidos na rua sobre a sombra de uma mangueira preparando seus carrinhos. Dos quatro que tinham os patinetes preparados, num deles o rolamento travou e não tinha como participar, ele implorou ao Tonhola, que não era muito chegado no brinquedo, para lhe emprestar o patinete, somente daquela vez. Tonhola não se fez de rogado, bateu o pé e não emprestou, disse que ele mesmo iria junto com os outros três e ainda se gabou dizendo que não ficaria para trás, que não ia fazer feio. Foram. Prepararam-se na esquina e ao som de "já" do colega sem patinete, deram a partida, os três se mandaram na frente e Tonhola, dono de si, atrás, ali pelo meio do caminho, a tábua do patinete de Tonhola se partiu e ele levou um tombo magnífico e saiu rolando pelo asfalto; se ralou todo, rasgou a camisa nas costas e o ombro direito ficou em carne viva. Os colegas voltaram se rindo em gozação e o colega que ficara sem participar veio dar socorro e foi o primeiro a chegar: - vi quando a tábua se partiu, foi foda, seu pé deve estar doendo, olha o jabro que fez no kichute, sua avó vai ficar uma fera.

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