Seguidores

Total de visualizações de página

sábado, 6 de fevereiro de 2016

As Travessuras de Tonhola - Carrinho do Bebê no Timbete

Um dos amigos de Tonhola, Napoleão, o magricela de olhos verdes que se lascou no abacateiro, tinha uma irmã com alguns meses de vida, que se chamava Marilda. Napoleão ajudava a pajear a irmã. Um dia ele apareceu na casa de Tonhola empurrando um bonito carrinho de bebê com a irmã toda enrolada em panos, só se via o rostinho rosado. Saíram os dois a caminhar empurrando o carrinho, hora um empurrava, hora outro. Caminharam até onde ia o asfalto, duas quadras abaixo da casa de Dona Rica, mas não se deram por satisfeitos, decidiram dar a volta no próximo quarteirão com as ruas ainda não pavimentadas. Marilda ainda não tinha chorado. A rua na parte de baixo da quadra era mais inclinada e por isso fora mais castigada pelas chuvas, as enxurradas fizeram verdadeiras crateras nas laterais da rua, só o meio estava transitável com o cascalho que dá acabamento à pista de rolamento ainda firme. Aquilo mexeu com as cabecinhas dos meninos e o irmão começou a passar o carrinho em velocidade desviando já bem próximo das crateras. Tonhola quis mostrar que manobrava o carrinho melhor que o amigo e numa virada em velocidade, perdeu o equilíbrio e para não cair na cratera, que não era muito funda, mas tinha lama no fundo, deu um salto, deixando o carrinho seguir sem controle ladeira abaixo, o trajeto foi pouco porque a rodinha dianteira do carrinho bateu numa reentrância do terreno e mudou a direção indo direto para dentro de um matagal. Dessa vez Marilda chorou. Que susto e que lambança. O carrinho capotou e lançou a pobre coitada, toda enrolada nos panos, naquela saroba. Os dois foram correndo em socorro e Napoleão pegou a menina toda manchada com a lama que estava respingada no capim e com os panos breados de timbetes, uma erva daninha que gruda na roupa da gente e que é uma verdadeira praga. Cada uma que esses moleques aprontam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário