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domingo, 14 de fevereiro de 2016

As Travessuras de Tonhola - Bicicleta Cargueira

Joacir, um dos colegas de Tonhola, trabalhava numa mercearia que tinha uma bicicleta cargueira para as entregas dos pedidos.

Era uma bicicleta muito antiga sem freio dianteiro e o freio traseiro era improvisado, não tinha alavanca no guidão. Para parar a bicicleta era preciso pisar na barra do freio que ficava embaixo do quadro.

Com o improviso no freio, direto a barra se soltava da trava e a bicicleta ficava sem controle, quem já estava acostumado sabia como se virar e tomava os cuidados para não se acidentar, até o freio ser reparado.

Um dia a bicicleta estragou o freio e o Joacir, que não era tão colega assim de Tonhola e gostava muito de um mal feito, aprontou pra cima dele. Avisou aos demais meninos da rua o que ia fazer e chamou o pobre do coitado para lhe prestar um favor. Para parecer mais sério disse que era para a mercearia e que ele tinha que ficar cuidando de outros afazeres, no que foi prontamente atendido; o favor era dar um recado num endereço alguns quarteirões acima. Como na ida era só subida, nosso herói foi no maior entusiasmo pedalando rua acima. Recado dado, na volta soltou a bicicleta rua abaixo e desceu curtindo o vento na cara; na primeira esquina, o semáforo fechou e ele foi frear com o pé a danada da cargueira e sentiu a barra do freio toda solta balançando; caraça, baixou o desespero no pobre, o que fazer; por sorte do outro lado da rua, na outra pista, não vinha nenhum veículo em sentido contrário, ele tentou virar a bicicleta quebrando a esquina à sua esquerda, com o semáforo fechado, mas como vinha em velocidade, não deu tempo de virar e se escafolou no chão. Foi socorrido por pessoas que viram a queda, até um copo d'água com açúcar lhe deram. Foi também por muita sorte, que não sofreu nada demais, podia ter se machucado com mais gravidade, mas sofreu apenas alguns arranhões no braço e um ralado maior na perna, a calça foi pras cucuias. Com a bicicleta, praticamente nada aconteceu, também, nela não devia ter mais canto nenhum a ser arranhado e a grade da carga protegia a roda dianteira que ficou intacta com seu pneu careca. Restabelecido do susto, ele empurrou a bicicleta até a mercearia e lá foi surpreendido pelo traíra do Joacir, grande amigo, que já o esperava dando risadas com os demais colegas Napoleão, Erasmo e o Garibaldo. Tonhola ficou danado e chegou a chorar de raiva quando percebeu que tinha sido vítima de uma armação: - Cê me paga!

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