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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

As Travessuras de Tonhola - As Pernas da Professora de Catecismo

Chegara a hora do catecismo. Meio que a contragosto Tonhola foi numa tarde com a avó conferir o que o aguardava. Conheceram o lugar onde seriam dadas as aulas, uma sala pequena que ficava ao lado da sacristia, para uns dez, doze alunos e também ficaram sabendo que tinha mais meninos que meninas.

No primeiro dia de aula, Tonhola lá estava firme e forte. Não conheceu nenhum dos outros alunos, nenhum estudava na sua escola. Foram orientados pelo sacristão a esperarem sentados, quietos, na sala porque a professora já estava chegando.

A espera não durou muito e entrou apressadamente sala a dentro o padre conduzindo a professora. Quando ela entrou na sala, um mundo novo deslumbrou na cabeça do nosso herói. O padre tinha um sotaque estranho e falava de forma muito enérgica, era muito carrancudo, com aquela assustadora batina preta até o chão, um contraste com o vestidinho da professora. Com uma voz grossa e firme daquelas de impor respeito, ele fez a apresentação da professora e também uma rápida noção do que eles iriam aprender no catecismo e também sobre o tempo que duraria e que não podiam chegar atrasados e da importância que aquilo tinha para o resto da vida deles e blá, blá, blá, blá, blá, blá... do que o padre falou ele depois só se lembrava mesmo que a moça era vizinha da paróquia, não dava para prestar atenção na voz grossa do padre, seus sentidos estavam todos ligados na professora.

A moça era uma morena muito jovem, devia ter uns dezesseis, dezessete anos e assim meio que cheinha mas com uma harmonia singela que causava. Trajava um vestidinho curto estampado colorido, pouco acima dos joelhos, de um tecido leve que balançava ao vento mostrando uns mundos que meninos daquela idade não estavam muito acostumados a ver e que, pelo menos no caso de Tonhola, depois de conhecer aquelas pernas da professora, passaram com muito entusiasmo a admirar.

É claro que dali não sairia um bom católico. Como um aluno com pensamentos impuros desde o primeiro dia do catecismo poderia aprender sobre a fé, os sacramentos e os mandamentos da igreja que o acompanhariam por toda a vida? Não deu outra.

Passadas algumas semanas, Tonhola ainda não conseguia puxar sozinho o Pai Nosso nem a Ave Maria, mas, mesmo assim, ele adorava as aulas de catecismo. Ali ele começou a ver um outro lado, em pecado, de como a vida podia ser bela.

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