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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

As Travessuras de Tonhola - Estilingada

O quintal de Dona Rica, como já vimos em outros episódios, era grande, atravessava a quadra indo até a avenida, nos fundos, tinha várias plantas, muitas delas grandes como mangueiras e abacateiros.

Era época de mangas, um dos pés era de manga roxa, de muito boa qualidade, muito saborosa.

Uma amiga de Dona Rica, tia da moça da torta, aquela que acabou ficando noiva, apesar do estrago da torta. Pediu para que ela, se não fosse incômodo, tomasse conta de sua filha pequena, enquanto ela ia ao centro resolver alguns assuntos. A demora seria pouca e a menina não dava muito trabalho, foram as recomendações.

A menina realmente não dava trabalho nenhum e Dona Rica já tinha tomando conta dela outras vezes, mas ainda quando era bebê de colo.

Só que tinha o Tonhola.

A menina era uma garotinha com seus de três para quatro anos, moreninha e bem fortinha, com muita saúde. Como fazia muito calor, Dona Rica deixou a menininha somente de calcinha brincando no quintal enquanto cuidava do almoço na cozinha. Tonhola, entretido na área de serviço, fabricava um estilingue com um barrote novo que conseguira de um amigo que fazia entregas numa farmácia. Dava os últimos retoques com uma faca de mesa na forquilha de galhos de goiabeira que ele mesmo arrancara. Sentia-se orgulhoso da forquilha perfeita que estava fazendo. Era o primeiro estilingue que fabricava sozinho, daí o tamanho do empenho e a satisfação da obra feita. Concluída a atiradeira, era hora de testar. Com a quantidade de manguinhas verdes pelo chão, munição era o que não faltava. Faltava sim o alvo.

Não faltava mais, viu a menininha na distância, perto do tronco da mangueira, abaixada catando manguinhas e se preparou, apontou e atirou; a primeira passou longe, mas ele percebeu que a máquina atiradeira ficara perfeita; armou de novo a segunda linha de tiro e errou também; assim não dá, pensou consigo, levantou, ajeitou-se direito com o joelho no chão, pegou uma das manguinhas bem arredondadas e esperou o movimento da menininha, quando ela se virou de costas para ele e se abaixou para apanhar mais manguinhas ele atirou e pimba, bem no alvo.

Que chororô! A mangada pegou na popa da menininha, do lado direito, pouco abaixo da calcinha e fez uma marca roxa imediatamente. Dona Rica veio correndo acudir o choro da pobre menina que fora alvo do neto que dali se escafedeu, num outro tipo de tiro, se rindo todo por dentro e se achando o rei da cocada preta, pois era muito bom de mira.

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