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quinta-feira, 28 de abril de 2016

As Travessuras de Tonhola - Balcão de Vidro

Numa tradicional loja de armarinhos da cidade trabalhavam três moças e mais o dono da loja. A loja tinha um balcão de madeira com algumas gavetas em sua parte superior com algumas repartições de madeira onde ficavam umas missangas, aqueles detalhes para enfeites de roupas ou para bijuterias. O tampo do balcão era de vidro sobre as gavetas para os clientes verem a variedade dos produtos.

Era vizinho da loja um senhor já sessentão, viúvo, agente da receita aposentado, magro, estatura mediana, que pintava os cabelos lisos e o bigode de preto e se achava o ó. Apesar da aparência extravagante, era muito simpático e estava sempre por ali a passar alguns minutos com a agradável companhia das vendedoras. O dono da loja não se importava, pois eram amigos de longa data, torciam pelo mesmo time de futebol, e no passado ele tinha uma certa admiração pela viúva, manter o amigo por perto lhe trazia boas recordações.

Certo dia, estavam todos bem animados, a prosa corria solta com muitos sorrisos, inclusive com a presença de alguns clientes que também participavam da conversa. Num rompante de entusiasmo o vizinho, encostado de costas no balcão, após uma piada que devia de ter sido muito da engraçada, firmou as mãos no balcão e num impulso jogou o corpo para cima e sentou no tampo de vidro sem se dar conta de que estava justamente em cima de uma das gavetas. Coitado. O vidro se quebrou e o estrago estava feito, no balcão e na buzanfa do menos avisado. Os cacos de vidro causaram estragos num lugar sensível, mesmo sendo pouca a carne na região, o sangue escorreu sujando sua calça cinza de tergal.

Justo nessa hora Tonhola se adentrava na loja para comprar uns carretéis de linha para soltar papagaios. Parado num mal-feito, o menino não via a hora de chegar na escola no outro dia e contar para a galera.

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