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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

As Travessuras de Tonhola - O Início das Aulas

Chegou o início das aulas. Dona Rica estava mais apavorada até do que o moleque Tonhola. Deu banho, esfregou bem os pés, as unhas das mãos que estavam um horror, as orelhas e o cabelo. Vestiu uma camisa branca nova de tergal, calça curta de brim azul, meias brancas limpinhas e um sapato preto, de cadarço que ele ainda não sabia amarrar, vivia dando nó cego, para desespero de Dona Rica. Foram juntos para a escola, em todo o trajeto ela não soltou a mão do neto. Depois de muita luta, ela conseguira, com a ajuda do filho que trabalhava na prefeitura, uma vaga para o menino numa escola municipal próxima, ficava num outro bairro, mas não muito distante de casa, algumas quadras apenas; longe o bastante para não deixar o menino ir sozinho, pelo menos nos primeiros dias. Foram bem recebidos, na entrada da escola, uma atendente orientou em qual sala ele ficaria e qual seria a professora dele. Dona Rica o acompanhou até vê-lo sentado na carteira, ao lado dos colegas; a professora já estava à espera dos alunos quando eles chegaram e ela foi logo perguntando o nome do aluno e se ela seria a avó, apresentados, a professora disse que a avó poderia voltar para casa e ficar tranquila que ele ficaria bem e que as aulas terminariam tal hora, e ela poderia voltar para buscá-lo. Dona Rica ficou um pouco aliviada, mas não tanto como gostaria. Na turma também tinha alguns garotos mais velhos que a deixaram preocupada, certamente ela via ali sinal de problemas futuros.

Alguns dos alunos já eram conhecidos da professora do ano anterior, dava para perceber isso pela dura que ela já dava na meninada chamando-os pelo nome. Para nosso amiguinho, que ficou atento o tempo todo, a primeira aula foi dia de reconhecimento do terreno. Ele coçou a língua de vontade de perguntar algumas coisas à professora, mas se conteve, não faltarão oportunidades. Aguardem.

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