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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Cena de Abertura

Dos poemas que publiquei no site Usina de Letras o mais lido até agora foi publicado na categoria Peça de Teatro e se chama Cena de Abertura. Poderia ter sido o da categoria Humor, ou Erótico, que são os mais procurados pelos leitores, mas a cena de abertura da peça de teatro saiu na frente. Ele estava entre os poemas do livro Alcaçuz e Anis e foi removido na seleção final. E aí está:



Cena de Abertura


Um pássaro voa na penumbra;
pedras caem sem o menor ruído,
e almas soltas flutuam desconexas.
Nenhum sorriso no vão das imagens.
Debaixo de uns panos brancos
sisudos olhos ali se abrem;
brilha solene o aspecto sombrio
que vibra no estado das coisas.
Mas, num segundo de estupefação,
um sinal distante se destaca,
e com atração quase metálica
tudo some rumo ao infinito.


Como a maioria dos poemas que escrevi, esse também saiu do nada. Com o olhar no vazio, uma caneta e um pedaço de papel na mão, o danado surgiu como uma borrada de tinta na parede.
Isso me fascina e até me assusta...
A sensação em saber que em algum leitor a simples leitura de um verso meu provocou nele uma resposta boa, é muito gratificante.
É isso!

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