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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Causa perdida

Protásio chegou cedo no escritório e disse ao advogado que não podia decidir nada sozinho, sem os outros irmãos.
Chamaram o Prometeus pelo celular, mas deu caixa de mensagem, devia estar viajando, ou então, havia pego algum trabalho para fazer em fazendas próximas e estava num lugar onde o celular não dava sinal. Se os outros irmãos fossem, decidiriam sem ele.
O Prudêncio estava no meio da montagem de um motor e não podia deixar o serviço enquanto não terminasse o conserto, estavam em cima dele sem tirar o olho, o dono da oficina e o fazendeiro aflito, precisando do motor.
O Pojucan, muito bruto, disse em recado dado pelo irmão Protásio, que não queria saber de nada daquilo e o que eles decidissem para ele estava de bom tamanho, pois confiava no irmão mais novo e que não via a hora de tudo aquilo terminar e eles terem sossego porque não podia mais ouvir falar nas convocações daquele advogadinho que não conseguia resolver um imbróglio que já vinha se arrastando a tanto tempo. O recado foi dado assim, como se a bronca fosse só do Pojucan.
E o Péricles? O professor de música. Perguntou o advogado. Esse é todo enrolado, nunca chega na hora certa e garantiu que estaria aqui, deve de estar chegando, tentou se justificar o Protásio, já demonstrando aflição.
Aquela não era a primeira vez que o advogado tentava reunir os cinco irmãos para explanar as condições do acordo.
Impossível, o advogado comunicou oficialmente ao Protásio que estava naquele momento deixando a causa, que abria mão de receber qualquer tipo de honorário e que procurassem outro advogado.
Na saída encontrou no corredor com o irmão Péricles que procurava algum documento na bolsa de pano a tiracolo. Chegou tarde, vamos embora que o homem não quer saber mais de nossa causa, mandou procurar outro.

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