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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pau-de-sebo

São as circunstâncias. Cada um faz o que pode Quem não pode se sacode e pede emprestado ao vizinho. Por isso boa vizinhança é sempre bem-vinda. Não adianta maltratar hoje, ser hostil, com quem poderá ser-lhe útil outro dia. As pessoas são assim mesmo, faz parte da natureza do ser humano. Quando se precisa de alguém, fazemos de um tudo por aquela pessoa, bajulamos até. Caso contrário, desdenhamos. Quer um exemplo: um sujeito todos os dias se sentava na escadaria da igreja para ver o movimento na praça e também arriscar achar algum caridoso que lhe atirasse alguma moeda no boné surrado esparramado no chão. Foi assim, um dia, por outro, por uma semana, até que o pároco se zangou e correu com ele dali. Tá certo que é a casa de Deus, mas abuso não pode. A maioria das igrejas de hoje estão cercadas por grades reforçadas. São protegidas a sete chaves as coisas de Deus. E o padre quis lá saber a religião do dito cujo. Estava incomodando e pronto, retirado, não incomoda mais e que vá incomodar em outro canto. E que assim seja em nome do Pai.

Vez ou outra vou à missa. Confesso que ando meio afastado.

Em época de quermesse a igreja fica movimentada. Os fiéis reaproximam, o leiloeiro engorda os cofres da paróquia com as prendas e oferendas. Além do leilão em festa religiosa também tem fartura de comidas e bebidas e brincadeiras as mais diversas, do coelhinho entre as casinhas em círculo, à pescaria de oferendas, a criançada adora. Tem também o correio elegante, as donzelas se aprontam para os rapazes e vice-versa. O padre comemora os ganhos no final de cada dia. Esse ano dará para seguir com a reforma da igreja, comemora entre os fiéis mais próximos. O conjunto musical da paróquia alegra as noites de festa, tá certo que não é lá essas coisas, mas acaba sendo melhor que som mecânico.

Festa da padroeira da cidade é uma festa tradicional que acontece todos os anos durante os ventos de agosto. No meu tempo tinha um tal de pau-de-cebo. Uma nota, geralmente a de maior valor em circulação era fixada no topo do pau, que era breado de sebo de vaca, por isso o nome, ficava todo escorregadio. O sujeito que conseguisse subir no pau até o topo pegava o dinheiro e ficava com ele. Era divertido, poucos tentavam, mas sempre algum espertinho conseguia e levava a grana sob os aplausos da platéia.

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