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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Justino, o bancário.

Justino abraçou a profissão de bancário por ironia do destino. Seu sonho era fazer medicina. Um dia, ainda cursava o secundário, surgiu um concurso para bancário e acabou sendo aprovado. Foi convidado a iniciar carreira numa cidadezinha do interior. Não teve escolha.
Lá ficando, formou família, casou-se com uma moça de família de políticos na região.
Além de política seus sogros também são fazendeiros, possuidores de uma pequena gleba que receberam de herança. Era uma família tradicional e faziam questão em manter os costumes e nisso nosso amigo não se enquadrava. Teve dificuldades para conseguir a aprovação do casamento por não ser do povoado. Fez inimigos também pois a moça tinha vários pretendentes. Deu de ombros.
Passados alguns anos, filhos foram nascendo e ele acabou aceito pela comunidade, agora Justino está para se aposentar. O que para muitos é uma alegria, para ele é um misto de alegria e pavor. Como sua única profissão na vida foi a de bancário, só em pensar no que fazer depois de aposentado, entra em desespero pois não sabe fazer outra coisa, ainda mais em se tratando da lida na roça. Coitado. Uma vida inteira ainda pela frente e já se sente um inútil.

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