Atrás da porta
muitas coisas podemos encontrar.
Atrás da porta,
pode estar o mundo.
Caminhando pelo jardim,
assim, do nada, vejo uma porta.
Uma porta de madeira,
linda, entalhada,
com um portal magnífico
aprumado para o vazio.
Imagino o que não haverá do outro lado.
Vejo sua fechadura feita por encomenda,
sua maçaneta torneada com capricho.
Seguro-a firme com a mão direita
e abro aquela porta solta.
Vocês nem imaginam
o que não pode haver atrás de uma porta
solta no meio de um jardim,
na imaginação de um poeta.
Eu achava que esse abril seria bom.
Por isso, aqui do alto,
diante dessa exuberante paisagem,
eu olho para o nada.
Á beira do riacho, empilho pedras
buscando sua inércia.
No meu tabuleiro,
só me restam os bispos
e alguns peões a proteger-me.
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