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sábado, 1 de outubro de 2011

Chapéu Panamá

Um senhor aposentado com mais de oitenta anos saiu de casa naquele dia disposto a comprar um chapéu novo, porem não tinha dinheiro, mas foi assim mesmo confiando no seu talento, na loja fez brincadeiras com as atendentes e conquistou a simpatia delas, ele já era conhecido por ali, pois passava sempre por aquela avenida arrastando seu passo lento, a moça que o atendeu encheu o balcão com vários modelos, indicou com o dedo outros expostos numa estante de vidro, ele experimentou alguns e acabou ficando com um chapéu de palha tipo panamá, um modelo muito requisitado por sua beleza e durabilidade e saiu feliz pois conseguiu realizar o negócio com sua lábia e simpatia informando que um sobrinho seu que recebia e administrava o seu benefício efetuaria o pagamento, só foi procurar o sobrinho no outro dia pela manhã, com o chapéu na cabeça e todo cheio de razão: fiz um compromisso para tal dia e preciso de tantos dinheiros, mas como, baseado em quê o senhor foi fazer uma doideira dessas, ora, baseado no meu dinheiro, que dinheiro, será que o senhor até hoje ainda não entendeu que o seu benefício não dá nem para pagar a acompanhante que zela do senhor, que o restante venho pagando desde que o senhor voltou pra cá e agora o senhor ainda faz compras fiado contando com um dinheiro que não tem, e quem é esse doido que vendeu fiado para o senhor, o mesmo que vende pra você, mas só me faltava essa mesmo, eu não compro fiado em lugar nenhum então esse mesmo vendedor que não me vende fiado vai pagar essa conta, o senhor não entende a situação está difícil, é complicado, o dinheiro que entra mal dá para a comida e ainda estou arcando com as contas de água e luz e farmácia, não temos dinheiro para esses seus rompantes de arrogância, vê se toma tenência e não faça mais isso, e que loja foi essa, aquela onde era a filial da sapataria, sim sei, agora entra aí no carro que vou te levar em casa e o senhor veio a pé numa distância dessas, quer ir ao banheiro, um copo d’água, não, então vamos e porque o senhor está com essa roupa suja, é porque trabalhei, sim mas podia ter trocado e colocado pelo menos uma camisa limpa, deixa pra lá, e a chave da casa, tá no bolso, então vamos embora.

Obs: essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos da realidade terá sido mera coincidência.

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